Uma pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), de abril deste ano, revelou que 65,7% das famílias estão endividadas em Campo Grande. Os indicadores da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) apontam um fenômeno semelhante , que através do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), registrou um salto de 4 mil inadimplentes no mês de março, para cerca de 10 mil em abril. Devido aos efeitos econômicos da pandemia, diversos campo-grandenses passaram a fazer parte dessa base de dados.
Entre eles, a operadora de caixa Jucilene Artheman, de 40 anos, é uma das pessoas que ficaram presas na bola de neve do cartão de crédito, e que infelizmente foram engolidas pelos ciclos de juros e divididas constantes. “Foi durante a pandemia por compras no cartão, na verdade foi um descuido, mas estou conseguindo pagar”, disse ela.
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Para agricultores da zona rural de Terenos, a crise econômica não só gerou problemas para compre e venda de insumos, mas para comprar itens básicos da mesa do brasileiro. “As coisas aumentaram de mais, o arroz que era R$ 12,00, hoje está R$ 23,00. Moramos no sítio, o preço para vender os alimentos caiu e para comprar e plantar aumentou. Aí ficamos endividados”, explicou Vitor Maldonado, de 63 anos.
Abordado na frente da Associação Comercial, o homem veio com a sua esposa justamente para consultar a sua situação financeira. “Estamos vindo aqui para ver o SCPC”, finalizou ele.
Na vida agitada de Campo Grande, a gerente de loja Sheila Peixoto, de 38 anos, viu os sonhos e planejamentos da sua empresa serem engolidos pelo furação do coronavírus, e as contas crescentes. “Me endividei, tinha uma loja e tive que fechar. Voltei para o comércio para sobreviver”, explicou ela.
Como lidar com a crise e evitar o nome sujo?
Os dados apresentados pela associação, são colhidos através do banco de inadimplentes de cada empresa associada ao órgão. O número de inclusões saltou de 4 mil em março, para em torno de 10 mil em abril.
A coordenadora de contas da empresa, Stefaní Carmielo, trouxe orientações para lidar com as despesas e evitar o nome sujo nesse período de crise, para pessoas físicas e jurídicas:
- Guardar dinheiro e gastar somente com o necessário
- Evitar dívidas de longa prazo, como financiamento de móveis e imóveis
- Não comprometer mais de 30% da sua renda fixa, pois isso aumenta a probabilidade de endividamento
- Evitar cheque especial, cartão de crédito e parcelamentos
- Evitar pagar as contas depois do vencimento, devido aos juros.
Como evitar golpes e renegociar dívidas ?
Entretanto, se já estiver endividado o órgão oferece consulta gratuita, para pessoas físicas, ao SCPC. Para a pessoa jurídica é cobrado um valor, e o associada tem direto a outros benefícios. “Oferecemos o balcão de consultas para o SCPC. Em período de campanha, são feitas negociações entre empresas e clientes. A próxima ‘Campanha nome Limpo’ está programada para o mês de outubro com previsão de encerramento para o dia 20 de dezembro”, explicou Carmielo.
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Outra recomendação, é manter a tranquilidade na hora de buscar a renegociação e sempre procurar o contato direto com o credor, para evitar golpes e transtornos. “Procure fazer negociações com órgãos credenciados. Antes de efetuar pagamentos, procurar a veracidade da informação (boleto). Recebeu uma carta (ou email) duvidoso, você pode vir presencialmente na associação”, disse ela.
O serviço de proteção ao crédito funciona presencialmente das 08:00 às 18:00 e também pode ser feito por whatsapp, seguindo os protocolos da associação: (67) 99639-8188 e (67) 99860-7456