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Cotidiano

Com boletos de R$ 220 mil, alunos de Medicina falam em cobrança ilegal e temem não se formarem

Para os estudantes e para Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul a cobrança é indevida. Para a universidade, não.
Arquivo -

Após seis anos de curso, alunos do último semestre de Medicina da Uniderp, em , estão com medo de não se formarem. Isso porque muitos têm recebido boletos de mais de R$ 220 mil, que devem ser pagos até dezembro, quando colam grau. Para os estudantes e para Defensoria Pública de a cobrança é indevida. Para a , não.

O fato é que desde final de 2016 é travada uma batalha judicial entre os alunos e a instituição, cuja discórdia está no fato de a universidade tentar cobrar um valor maior que o acordado no ingresso ao curso.

Esse acordo é de alunos que aderiram ao Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) antes de 2017, ano em que houve a mudança para o Novo Fies. Nos contratos de aditamento anteriores a este ano, o valor total da mensalidade contratualizado entre universidade e era de R$ 6.244,27 e a porcentagem a ser financiada pelo Fies seria baseada neste valor.

“Esse valor de R$ 6.244,27 é quanto a universidade disse para o Governo na época (2016) que cobraria da gente. Portanto, o montante que a gente quisesse financiar, seria baseado neste valor, que é um valor abaixo do cobrado por pessoas que não tentavam o financiamento estudantil”, disse um estudante do último semestre que não quis se identificar e que está com um boleto de mais de R$ 220 mil em casa com vencimento para o dia 20 de dezembro de 2021. Ele diz que mais de 60 alunos de sua sala estão na mesma situação.

Mas no ano seguinte,  – ano de lançamento do Novo Fies –   o limite imposto pelo Governo Federal foi no máximo R$ 5 mil de financiamento e quem fosse aderir ao Fies a partir dali já sabia que o restante da mensalidade era por conta dele. Nesse caso, a mensalidade estava custando, segundo os estudantes, cerca de R$ 13 mil.

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Um dos boletos emitidos pela Uniderp

Alunos x Uniderp

É aí que nasce o imbróglio. Isso porque a universidade estaria querendo cobrar a diferença, ou seja, R$ 8 mil, também dos alunos que entraram antes de 2017, o que no entendimento deles, da Defensoria e também do juiz de primeira instância, é ilegal.

Foi então que, por meio de uma decisão liminar da Justiça, numa ação protocolada pela Defensoria Pública de MS, que esses alunos conseguiram voltar a pagar o valor proporcional referente aos R$ 6.244,27, conforme o contrato que assinaram.

A universidade, então, interpôs recurso de apelação e, no dia 27 de abril deste ano, a 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul julgou o recurso, reformando a sentença e julgando improcedentes, na integralidade, os pedidos formulados dos alunos.

“A decisão não é definitiva. Não está transitada em julgado. A Defensoria Pública de MS apresentou recurso ao próprio Tribunal de Justiça para buscar o reestabelecimento da sentença favorável de primeiro grau, no entanto, os recursos ainda não foram julgados. Caso não sejam acolhidos, ainda resta a possibilidade de recorrer ao Superior Tribunal de Justiça”, disse defensora pública Jane Inês Dietrich.

Com essa última decisão de abril, a universidade começou a emitir boletos com os valores retroativos somados que deveriam ter sido pagos seguindo a lógica deles.

“Cabe esclarecer que, em caso de ser mantida a decisão desfavorável, a Defensoria Pública de MS está analisando a viabilidade de ajuizar ação individual para questionar as cobranças em todos os seus aspectos, porém apenas as pessoas que comprovarem hipossuficiência econômica. Não sendo o caso, deve ser contratado advogado”, conclui a defensora.

Posição da Uniderp

O Midiamax solicitou uma posição da universidade para que eles ratifiquem ou não o que está nos autos e também para que esclareçam se os alunos podem ou não colar grau se não pagarem o boleto. Até a publicação desta matéria não houve retorno.

Porém, em resposta a um ofício enviado no último dia 25 de junho por um aluno de medicina, que cobrou explicações da instituição, a reitoria disse que estaria agindo conforme reconheceu a decisão judicial mais recente.

Assim, após esse julgamento, a Universidade reestabeleceu a cobrança da diferença, (inclusive com efeito retroativo para cobrir todo o período não cobrado anteriormente), o motivo pelo qual a “bolsa judicial”, foi retirada”, disse parte da nota.

A resposta completa enviada pela instituição após três dias pode ser vista neste link.

*Matéria editada no dia 02/08/2021 para acréscimo de resposta da instiuição.

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