Após três meses, cidades com vacinação em massa chegam a 82% de imunizados em MS

Resultados finais serão encaminhados para publicação na próxima semana; 7 não tiveram mortes em setembro

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Fiocruz aponta que taxa de atraso em MS é de 14%; taxa nacional fica em 11%.
Fiocruz aponta que taxa de atraso em MS é de 14%; taxa nacional fica em 11%.

Três meses depois do início da vacinação em massa, o estudo realizado nas 13 cidades de fronteira em Mato Grosso do Sul chega à reta final. Dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde) apontam alto percentual de imunizados em relação à população geral nas cidades, índice que chega a 77%. A pesquisa vai analisar a efetividade da imunização em massa com as doses da Janssen e as análises finais já estão sendo feitas. 

O infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, chefia o estudo de imunização em massa na fronteira de Mato Grosso do Sul e explica que as análises chegaram à reta final. A vacinação em massa começou há quase dois meses, com o objetivo de imunizar toda a população adulta dos municípios participantes — na época, a vacinação de adolescentes e a 3ª dose nos idosos ainda não haviam sido liberadas no país. 

“Estamos finalizando as análises. Na próxima semana, acredito que já será possível divulgar os resultados. São os resultados finais, que serão encaminhados para a publicação”, ressalta. 

Croda reforça que a pesquisa não analisa dados isolados dos municípios, mas das 13 cidades da fronteira como um todo. O estudo busca analisar a efetividade da vacina da Janssen, de dose única. Na última parcial da pesquisa, dados revelaram a redução de 75,5% dos casos confirmados, 79,2% nos óbitos e 69% nas hospitalizações. O Estado tem tido uma tendência de queda nos indicativos nos últimos meses, mas a redução nas cidades que tiveram a vacinação em massa foi mais expressiva. 

De 13 cidades, 7 não tiveram mortes em setembro

O alto índice de imunizados nos municípios da fronteira contribuiu para diminuir drasticamente o número de óbitos por coronavírus. Dados do boletim epidemiológico mensal da SES apontaram que, de 13 cidades na fronteira, 7 não registraram uma morte sequer no mês de setembro. As cidades sem mortes foram: Aral Moreira, Caracol, Japorã, Mundo Novo, Paranhos, Porto Murtinho e Sete Quedas.

Alto índice de cobertura vacinal

Apesar da pesquisa não analisar o índice de cobertura vacinal dos municípios, dados do Vacinômetro apontam que os imunizados são maioria na fronteira. São considerados imunizados aqueles que tomaram as duas doses da vacina ou a vacina de dose única, que é o caso da Janssen. 

A cidade com o maior índice de imunizados em relação à população geral é Sete Quedas. O município tem 82,51% da população completamente imunizada. Considerando somente os adultos, o índice chega a 111,36%. 

Antônio João também se destaca, com 74,66% da população imunizada e 107,36% dos adultos imunizados. Outro destaque é Ponta Porã, que tem índices de 77,16% e 107,02% de imunização referente à população geral e aos adultos, respectivamente. Confira a cobertura vacinal nos municípios da fronteira:

Imunizados

  • Antônio João: 74,66% da população geral e 107,36% dos adultos
  • Aral Moreira: 56,97% da população geral e 83,93% dos adultos
  • Bela Vista: 63,65% da população geral e 88,66% dos adultos
  • Caracol: 62,67% da população geral e 84,36% dos adultos
  • Coronel Sapucaia: 51,43% da população geral e 75,27% dos adultos
  • Corumbá: 62,36% da população geral e 83,98% dos adultos
  • Japorã: 60,71% da população geral e 96,57% dos adultos
  • Ladário: 52,61% da população geral e 74,34% dos adultos
  • Mundo Novo: 74,94% da população geral e 98,39% dos adultos
  • Paranhos: 55,60% da população geral e 92,60% dos adultos
  • Ponta Porã: 77,16% da população geral e 107,02% dos adultos
  • Porto Murtinho: 52,14% da população geral e 74,38% dos adultos
  • Sete Quedas: 82,51% da população geral e 111,36% dos adultos