O Ministério Público explica que a 1ª Vara Federal de Dourados recebeu o pedido de providências encaminhado pelo CNJ em outubro. As audiências de instrução foram agendadas entre os dias 11 e 24 de janeiro de 2022, ocasiões em que serão realizadas as oitivas das vítimas e das testemunhas, além do interrogatório dos réus.

Em nota, o MPF afirma que é injustificável o ritmo lento de tramitação da denúncia criminal. Segundo o órgão, os crimes cometidos em Caarapó “compõem um quadro de ataque sistemático contra os povos Guarani e Kaiowá e podem ser classificados como crimes contra a humanidade”. 

Um indígena assassinado e seis feridos

As investigações da Força-Tarefa Avá Guarani, do MPF, apontam que cinco proprietários rurais organizaram, promoveram e executaram o ataque à comunidade Tey Kuê no dia 14 de junho de 2016. Cerca de 40 caminhonetes, com o auxílio de três pás carregadeiras e mais de 100 pessoas, muitas delas armadas, retiraram à força um grupo de aproximadamente 40 índios Guarani-Kaiowá de uma propriedade ocupada por eles.

O indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza foi assassinado com um tiro no abdômen e outro no tórax. Outros seis indígenas, inclusive uma criança de 12 anos, foram atingidos por disparos e ficaram gravemente feridos. Dois índios sofreram lesões leves e a comunidade foi constrangida violentamente a deixar a área, segundo denúncia.

(Com informações do MPF)