Carne fedendo e comida no lixo: campo-grandenses contabilizam prejuízos após apagão que já supera 3 dias

Árvores caíram sobre fios de energia, deixando vários bairros sem luz

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Freezer com carnes e perecíveis podem não durar muito tempo
Freezer com carnes e perecíveis podem não durar muito tempo

Temporal com tempestade de areia, árvores caídas e muitos bairros com mais de 3 dias sem energia, onde os moradores e comerciantes contabilizam os prejuízos deixados pela falta de luz. Muitos já estão jogando os carnes que apodreceram e outros perecíveis no lixo. 

A população do Jardim Colibri II esta desde sexta-feira (15), por volta de 14h, sem eletricidade. “Hoje entra no quarto dia. Eles [Energisa] vêm, dão uma olhada e somem”, disse a moradora Nadir Duarte, de 54 anos, que mantém um freezer para armazenar os frios. “Nem abro o freezer para não perder o gelo. Meu medo é eles não virem. Como vou fazer com essa carne? Não é todo dia que tenho dinheiro para comprar”, relatou ela ao Jornal Midiamax, dizendo que se sente lesada pela concessionária. 

Há 30 anos com comércio na região, a dona Isabel de Lima Silva, de 59 anos, já contabiliza cerca de R$ 4 mil em prejuízos. “Perdi cerveja, refrigerante, latinhas; vivemos disso e perdemos tudo. Fica um sentimento de impunidade. Parece que só dão prioridade para os ricos”, disse ela à reportagem.  

Vendedora de geladão, produto que necessita de energia para armazenamento, Elizabete Bezerra, de 59, teve que jogar 150 unidades do produto que estavam azedos no lixo. “Trezentos reais jogados no lixo que eu ia usar para pagar conta. Fora os cinco pacotes de frango que estavam fedendo”, desabafou a autônoma.

“Era para o mês inteiro, até trabalhar de novo, vamos comer ovo se não estiver podre também”, comentou. “A conta de luz vem 350 reais, nós trabalhamos e pagamos. Todo mês a conta vem mais alta. Eu já não tenho dinheiro para comprar as coisas, aí perco [o que tenho]”, reclamou ela. 

Em nota, a Energisa limitou-se a informar que 18% dos clientes afetados pela falta de energia ainda não tiveram o serviço restabelecido e justificou alegando que houve aumento na demanda de serviço na ordem de “15 vezes a mais que o habitual”.

Teve prejuízo? Saiba como ser ressarcido.

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