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Cotidiano

Câncer descoberto por Karla na busca por silicone revelou que infertilidade pode ser contornada

Tratamento para o câncer de mama pode afetar a fertilidade das mulheres, mas especialista diz que é possível preservar óvulos
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Após a primeira filha completar 1 ano, Karla Longo, na época com 28 anos, decidiu que colocaria prótese de silicone nos seios. Durante os exames para a cirurgia tudo ia bem, até o susto: ela estava com câncer de mama. A batalha para superar a doença começou de imediato, mas o que a fisioterapeuta não esperava era que o tratamento para o câncer também a deixaria infértil para gerar um segundo filho.

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Karla Longo | Foto: reprodução/de arquivo pessoal

No Outubro Rosa, mês de conscientização para o câncer de mama, o tema da infertilidade é debatido, pois, muitas mulheres iniciam a lutam contra o câncer sem saber que o tratamento pode provocar o envelhecimento dos óvulos, menopausa precoce e, consequentemente, a perda da fertilidade.

“Assim que eu descobri o câncer durante os exames para colocar as próteses, eu já fiz a cirurgia em 10 dias. Minha médica disse que eu iria precisar fazer quimioterapia, radioterapia e todo o processo para o câncer”, disse Karla ao Jornal Midiamax.

Jovem, a fisioterapeuta relata que chegou a ser alertada sobre os riscos da perda da fertilidade durante o tratamento, mas como estava ‘desesperada’ para vencer o câncer, não considerou as orientações.

“Nesse período, eu passei por consultas e foi falado sobre a preservação dos óvulos, pois o tratamento para o câncer poderia causar essa infertilidade. Mas a gente estava tão desesperado em resolver o problema naquele momento que não pensamos muito nas consequências. Como eu já tinha uma filha, pensava em resolver logo o problema, pois também sabia que o processo de fertilização demoraria. A gente [ela e o marido] não se informou como funcionava. Eu poderia ter procurado um especialista”, lamentou.

Óvulo coletado e nova esperança

Com o tratamento avançado e com a ‘poeira baixa’, Karla conta que começou a refletir sobre o risco de que não poderia ter outro filho. Como o câncer tinha receptores de hormônios positivos, ela precisou induzir uma menopausa pelo período de 10 anos, enquanto o câncer está em remissão.

“Me desesperei por pensar que não poderia ter filhos. Depois de conversar muito com meu médico, ele deixou parar as medicações para tentar coletar os óvulos em 2017, não consegui nenhum óvulo. Mas nesse ano tentamos coletar e saiu um, aí conseguimos um embrião”, explicou.

“Se pararmos para pensar, eu não precisava ter passado por tudo isso. Se eu tivesse me informado melhor, ido atrás de um médico especializado nessa área, ele poderia ter me avisado antes. Agora estou sofrendo as consequências disso”, pontuou.

É possível preservar a fertilidade

As mulheres que descobrem o câncer e ainda sonham com a maternidade, não precisam se preocupar com as duas coisas ao mesmo tempo. Com o avanço da medicina, é possível preservar os óvulos das pacientes para garantir a fertilidade posteriormente, garante o médico ginecologista Vitor Hugo Kussumoto, especialista em reprodução assistida.

“Os medicamentos inibem as células do câncer, mas a medicação não é seletiva. Ou seja, pode atingir outros órgãos do corpo, como por exemplo, os ovários. Se a mulher tiver histórico de baixa reserva ovariana, mais baixa, o risco de ter dificuldades ou não conseguir engravidar é maior”, explicou o médico.

Para esclarecer mais dúvidas das mulheres que estejam passando por esse momento de luta, a clínica onde Vitor Kussumoto é sócio, está oferecendo consultas gratuitas neste mês para mulheres que desejam preservar a fertilidade durante o tratamento de câncer.

“Neste mês, em especial, discutimos muito a saúde da mulher e a gente abordou bastante a questão da infertilidade durante o tratamento do câncer. Quando se faz o tratamento, pode prejudicar os ovários e a quantidade de óvulos que a mulher tem. Esse programa que criamos é justamente para auxiliar e orientar essas mulheres de que nada está perdido”, disse.

O programa Gerando Sonhos, da Clínica Fertliv, oferta a consulta gratuita e, caso o casal opte por tratamento e preservação dos óvulos, até 50% de desconto nos valores, incluindo laboratório e medicações. Um tratamento particular de fertilização custa até R$ 33 mil, mas no programa, a paciente pode pagar em torno de R$ 15 mil.

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