Atropelamento de criança revolta indígenas, que prometem fechar rodovia na segunda

Após o atropelamento de Elian Fernandes Lopes, menino de 6 anos morador no assentamento Boqueron, em Dourados, os indígenas prometem fechar o trecho da Perimetral Norte nas proximidades do trevo que dá acesso à Itaporã e Campo Grande. O local é bastante movimentado com tráfego de caminhões pesados. “Já estamos cansados de promessas não cumpridas. […]

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Após o atropelamento de Elian Fernandes Lopes, menino de 6 anos morador no assentamento Boqueron, em Dourados, os indígenas prometem fechar o trecho da Perimetral Norte nas proximidades do trevo que dá acesso à Itaporã e Campo Grande. O local é bastante movimentado com tráfego de caminhões pesados.

“Já estamos cansados de promessas não cumpridas. Todo mundo já sabe que essa rodovia é muito perigosa. Com certeza esse não é o primeiro e nem será o último acidente grave. Alguma providência precisa ser tomada”, comenta o capitão Gaudêncio Benitez.

Segundo ele, na verdade a rodovia não devia nem ter sido construída naquela área, caso a comunidade tivesse sido ouvida na época. “Mas é sempre assim, ninguém escuta a gente. O que muita gente faz é criticar. E agora? Quem sabe com esse trágico acidente possam tomar alguma providência”, lamentou.

Para o indígena Adércio Machado, vizinho da criança atropela, infelizmente a comunidade perde mais uma vida. “O que presenciei aqui hoje é de cortar o coração. Mas não podemos deixar as coisas como estão. Esse é um tipo de sofrimento que poderia ser evitado, caso essa rodovia estivesse devidamente sinalizada”.

Acidente

Informações são de que o garoto vivia com a mãe e outros irmãos no assentamento indígena Boqueron e constantemente ‘escapava’. Desta vez, após ele sumir por alguns instantes, familiares saíram para procurá-lo e encontraram o corpo da vítima na pista.

O menino foi dilacerado e alguns membros estavam a cerca de 300 metros de distância do corpo. O veículo envolvido não foi identificado e nem localizado. No entanto, a suspeita é de que tenha sido uma carreta, tendo em vista que o trecho é rota de veículos de carga pesada.

O Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) chegou a ser acionado, mas apenas pôde constatar o óbito. A Polícia Militar, Polícia Civil e perícia também estiveram no local. A mãe, desolada, recebia apoio de familiares e amigos da comunidade.

A reportagem do Midiamax esteve no local e apurou que os peritos da Polícia Civil irão requisitar imagens de câmeras instaladas em uma propriedade que fica às margens da rodovia, para tentar esclarecer as circunstâncias do acidente e tentar identificar o veículo que atropelou a criança indígena.

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