A (Secretaria Municipal de Saúde) esclareceu que o “documento de alerta” emitido pelo Cievs-CG (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde) sobre o vírus de Marburg, da mesma família do ebola, trata-se de comunicação de rotina de serviço e não há casos suspeitos em Campo Grande ou sequer no Brasil.

As autoridades de saúde colocaram o vírus no radar do planeta após a OMS (Organização Mundial da Saúde) confirmar surto da doença no sudoeste da Guiné, com uma morte. Entretanto, o surto foi declarado extinto em 16 de setembro de 2021.

Apesar disso, faz parte das rotinas dos profissionais de saúde receber instruções sobre possíveis novas doenças que estejam circulando. “Emitem boletins periodicamente com informações de doenças que estão circulando e são de interesse de saúde pública e coletiva”, explicou a Sesau.

De qualquer forma, é necessário ter a atenção das equipes da saúde para identificar possíveis novos vírus em circulação em Campo Grande. Dessa forma, o documento foi emitido com ordens para ser amplamente divulgado aos profissionais de saúde do município, recomendando que todo caso suspeito do vírus de Marburg deve ser notificado ao Cievs-CG.


Profissional de saúde atuando no combate ao surto do vírus de Marburg na África – Foto: OMS

Sobre o vírus de Marburg

O vírus foi identificado pela primeira vez em 1967 e assusta as autoridades da saúde pelo fato de ter apresentado taxa de letalidade de até 88%. Outro problema é a dificuldade em identificar o vírus. “O diagnóstico clínico de MVD [sigla para vírus de Marburg] é difícil de diferenciar de outras doenças febris devido às semelhanças nos sintomas no início da doença, como vírus Ebola, malária, febre tifoide, leptospirose, infecção por riquetsiose e peste”. 

Sintomas

Conforme a nota do Cievs-CG, a doença surge de forma abrupta, com febre alta, dor de cabeça severa e mal-estar grave. As dores musculares são uma característica comum. Já a diarreia severa, dor abdominal e cólicas, náuseas e vômitos podem começar no terceiro dia.

O aparecimento de pacientes nesta fase foi descrito como semelhantes a “fantasmas”, olhos profundos, rostos sem expressão e letargia extrema. Muitos pacientes desenvolvem manifestações hemorrágicas graves dentro de 7 dias, e os casos fatais geralmente têm sangramento, muitas vezes de múltiplas áreas.


Vírus de Marburg é da mesma família do vírus ebola – Imagem: Divulgação

Transmissão

Inicialmente, a contaminação ocorre da exposição prolongada a minas ou cavernas habitadas por colônias de morcegos Rousettus. Uma vez que um indivíduo é infectado, o vírus Marburg pode se espalhar por transmissão comunitária de pessoas, por meio do contato direto (pele ou mucosas) com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de pessoas infectadas, e com superfícies e materiais (roupas de cama, roupas) contaminados com esses fluidos ou animais selvagens (macacos e morcegos frugívoros).


Morcego frugívoro [que se alimenta de frutos] é o principal transmissor do vírus de Marburg aos humanos – Foto: Reprodução

Prevenção

Por fim, o documento lista uma série de medidas de prevenção, entre elas:

  • O contato físico próximo deve ser evitado;
  • Qualquer suspeito deve ser imediatamente transferido para uma unidade de saúde para tratamento e isolamento;
  • Manusear os animais selvagens com luvas e outras roupas de proteção adequadas;
  • Cozinhar bem os produtos de origem animal (sangue e carne) antes do consumo e evitar o consumo de carne crua;
  • Durante atividades de trabalho ou pesquisa ou visitas turísticas em minas ou cavernas habitadas por colônias de morcegos frugívoros, as pessoas devem usar luvas e outras roupas de proteção adequadas (incluindo máscaras).