Começou a circular nas redes sociais, hoje (4), vídeo de uma capivara sendo resgatada em região tomada pelo fogo no Pantanal. As imagens mostram o animal acuado e debilitado, com as patas sangrando por causa das queimaduras.
O vídeo foi publicado pela revista Época, que atribui a autoria a brigadistas e militares do Corpo de Bombeiros. Primeiro registro mostra a capivara a 400 metros de foco de incêndio florestal e dois homens tentando retirá-la do local.
Em segunda gravação, o roedor já aparece enrolado em uma peça de roupa, em uma estrada vicinal. Um dos homens oferece água ao bicho e despeja o líquido para amenizar os efeitos dos ferimentos. Veja:
Animal foi encontrado próximo a foco de incêndio na Serra do Amolar, em Mato Grosso do Sul pic.twitter.com/zl6lHEzLEF
— Época (@RevistaEpoca) October 4, 2020
Segundo a reportagem da Época, as imagens foram feitas na região da Serra do Amolar, em Corumbá, no último dia 26. O jornal Midiamax tentou confirmar as informações com Corpo de Bombeiros e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), mas sem sucesso.
Conforme a Época, o animal recebeu atendimento veterinário, mas morreu horas depois, em função da gravidade as queimaduras. A capivara estaria acompanhada de outra no momento do resgate, que fugiu para uma área alagada.
A reportagem relata que os brigadistas e militares se depararam com uma sucuri no mesmo dia. A serpente tinha sinais de desidratação e foi deixada em região mais úmida.
Recorde histórico
Segundo dados do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), 3,461 milhões de hectares do Pantanal foram consumidos pelo fogo entre 1º de janeiro e 27 de setembro deste ano. Portanto, a área equivale a 23% do bioma.
Do lado mato-grossense, as queimadas atingiram 2,053 milhões de hectares. Em Mato Grosso do Sul foram 1,408 milhão.
Por enquanto, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) já registrou 18.698 focos de incêndio no Pantanal este ano, maior marca desde o início da série histórica de monitoramento, em 1998. O número está próximo de dobrar a marca de todo o ano de 2019, de 10.025 pontos de queimada – que já havia sido a maior em 14 anos.