Autorizada na manhã desta terça-feira (28) pela (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a realização de testes rápidos para diagnósticos do novo coronavírus (Covid-19) em farmácias e drogarias já acontece em . O exame, que pode identificar desde a presença do vírus até se a pessoa já tem os anticorpos necessários –isto é, o sistema imunológico preparado–, custa até R$ 250, enquanto outros estabelecimentos comerciais buscam se habilitar para sua realização.

A liberação pela Anvisa foi feita temporariamente e em caráter excepcional, enquanto perdurar o estado de calamidade pública declarado por conta da Covid-19. Diretor-presidente da agência, Antônio Barra Torres afirma que a medida foi tomada para aumentar o acesso da população ao diagnóstico da doença, hoje realizado por meio de exames laboratoriais (RT-PCR) ou mesmo em sistema de (IgG/IgM).

“O aumento do rol de estabelecimentos de Saúde realizadores de testes será uma estratégia útil na diminuição da aglomeração, bem como a diminuição pela procura de serviço médico em estabelecimentos da rede pública já altamente demandada”, afirmou Barra Torres. Os testes em farmácias serão do tipo rápido (IgG/IgM), havendo 33 kits de testagem já autorizados pela Anvisa.

Regulamento

Assessor técnico do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de ), Adam Adami adverte, porém, que o teste rápido não permite um diagnóstico absoluto ou conclusivo ou mesmo exclui a infecção pelo coronavírus. A ideia é dar uma estratégia a mais no enfrentamento à pandemia, explicou ele.

“Esses testes rápidos possuem sérios limites de detecção, janela imunológica de mais de 7 dias e os resultados devem ser interpretados por profissionais de Saúde. Estudos têm demonstrado que a partir do sétimo dia de sintomas de uma pessoa com Covid-19, é possível detectar anticorpos em testes rápidos, sendo que em grande parte dos produtos registrados na Anvisa os resultados mais robustos foram obtidos a partir do 10º dia. Portanto, é preciso estar atento às instruções de uso e às limitações de cada teste”, advertiu.

Os testes liberados devem ser registrados no Brasil e serão feitos em farmácias e drogarias autorizados pela agência, não sendo obrigatório para todos os estabelecimentos. Aqueles que desejarem oferecer o serviço devem adotar diretrizes da Anvisa e do Ministério da Saúde, que incluem a realização do teste por farmacêutico treinado e dispositivos regularizados, garantir registro e rastreabilidade dos resultados e determinar o fluxo de pessoal e áreas para atendimento, espera e pagamento diferentes. O aval depende da publicação de resolução da Anvisa e notas técnicas com orientações.

Disponibilidade

Apesar de liberado apenas agora pela Anvisa, a Attive Pharma, no bairro Chácara Cachoeira, já oferecia o teste para Covid-19 graças a liminar obtida na Justiça. “Qualquer pessoas pode agendar o exame”, explicou a farmacêutica Flávia Thomazi, segundo quem o teste rápido é feito com sangue, a partir de um furo o dedo, e tem o resultado oferecido em 20 minutos.

O teste custa cerca de R$ 250 e permite identificar a imunidade do paciente, verificando se ele já teve contato com o vírus, criando imunidade, ou se tem risco, a partir da análise de dois anticorpos. “É preciso tomar o cuidado de o fazer após o sétimo dia de sintoma. Ele é um pouco diferente dos mais demorados, mas identifica a imunidade”, explicou Flávia.

A sala para realização do exame passa por assepsia e os profissionais foram treinados para o serviço. Segundo a farmacêutica, já havia uma alta procura pelo exame que, já neste primeiro dia de liberação pela Anvisa, tinha fila de cerca de 30 pessoas. Interessados podem agendar a testagem pelo telefone (67) 9-8403-1171 (que também funciona como WhatsApp).

Farmacêutico responsável e gerente de uma unidade da Rede Pague Menos em Campo Grande, Chalbers Alves afirma que o teste para o novo coronavírus também será oferecido pela rede em sua unidade habilitada para tais procedimentos (na Avenida Bandeirantes). “Ainda não temos a informação de quando vamos começar, mas ele já consta como um dos testes a serem oferecidos para a população”, explicou.

Os testes a serem oferecidos abrangem o qualitativo, para identificar o contato com o vírus, e o quantitativo, referente à carga viral, com valores que devem oscilar entre R$ 110 e R$ 190 conforme previsões iniciais para cada um. “Ali mesmo a pessoa vai aguardar o resultado”, confirmou.