O Dia Mundial de Combate ao AVC (Acidente Vascular Cerebral) é celebrado nesta quinta-feira (29) e apesar de ser uma doença comum, poucas pessoas sabem que o tempo é essencial para evitar sequelas. Geralmente, pacientes procuram uma unidade de saúde por conta própria, mas o tempo perdido pode levar a consequências. Em uma unidade especializada em AVC, no HU ( Universitário) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a média de atendimento da entrada até a tomografia é de apenas 15 minutos. 

O tempo médio de atendimento para quem um paciente com AVC seja medicado em uma unidade de saúde e consiga se salvar, em geral, sem graves sequelas, é de 4 horas e 30 minutos. Porém, em caso de sintomas, a medida mais efetiva é chamar o (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). 

“O problema é que muitas pessoas não sabem reconhecer os sintomas de um AVC e, em vez de ligarem para o Samu, que levará o paciente para a instituição de saúde mais adequada, acabam indo por conta própria para uma Unidade Básica ou , perdendo um tempo precioso”, explica o responsável técnico pela Unidade de AVC do HU, o neurologista Gabriel Braga. 

Antes de qualquer coisa, é importante saber identificar os sintomas do AVC: fraqueza ou adormecimento em apenas um lado do corpo, dificuldade para falar, confusão mental, dificuldade para engolir, andar e enxergar, tontura, boca torta, dor de cabeça intensa e perda da coordenação motora. Também conhecido como derrame, o AVC é causado pela falta de sangue em uma área do cérebro em decorrência da obstrução de uma artéria. A doença pode deixar sequelas, como paralisias em partes do corpo, problemas de visão, de memória e de fala. 

Uma referência para atendimentos em casos como este é a Unidade de AVC do HU, que tem um tempo médio de atendimento de 15 minutos, da entrada à realização da tomografia. Já o tempo médio da entrada no hospital até receber a medicação é de 27 minutos.

No primeiro ano de funcionamento da Unidade, entre maio de 2019 e maio de 2020, foram 286 pacientes internados com AVC. Destes, 73% (209 pacientes) com AVC isquêmico. Dos 209 pacientes, 23% receberam medicação (48 pacientes). No Brasil, a média de pacientes com AVC que consegue chegar a tempo de serem medicados é de 3 a 4%. 

Unidade de AVC 

A Unidade de AVC deu um importante passo rumo ao credenciamento da Unidade no Ministério da Saúde no nível 2 (são 3 níveis de tratamento de AVC reconhecidos pelo Ministério). Na última quinta-feira (23), a Unidade de AVC recebeu a inspeção da Secretaria Municipal de Saúde e no dia sete de outubro recebeu a Vigilância Sanitária para apresentação de documentos, protocolos e instalações. Os documentos e laudos serão remetidos para o Ministério da Saúde. 

O primeiro nível é de tratamento trombolítico, ou seja, o Ministério ressarce os medicamentos. No segundo nível são medicamentos mais leitos específicos para AVC. Já o terceiro e último nível inclui serviços diagnósticos complexos, como cirurgias, hemodinâmica e angioplastia, entre outros. 

(com informações da Ebserh)