As altas temperaturas registradas nos últimos dias têm aumentado a procura por sorvetes e açaí, além de render lucro mais do que o esperado para comerciantes do ramo. A busca para se refrescar com as sobremesas geladas tem sido tanta a ponto de esgotar matéria-prima para produção em Campo Grande.

O proprietário do Açaí Itatiaia, Jeferson Ferreira, 33 anos, conta que durante a pandemia a clientela reduziu em 30%. Por conta do decreto municipal a fim de evitar aglomeração, ele diminuiu de 32 para 14 mesas no estabelecimento. Atualmente, mesmo em dias de semana, durante a tarde o local fica com lotação total.

“A aumentou pela liberação dos horários, as pessoas estão saindo mais, refletiu bastante. Final de semana está ficando bom, comparando ao que estava. O calor está maior também, está dando resultado”, comemorou.

Em dias de promoção, Jeferson vende picolés de frutas a partir de R$ 0,79, potes de sorvete a partir de R$ 11,90 e a taça de açaí a partir de R$ 12.

Sorveterias de Campo Grande vivem 'boom' após queda na pandemia e falta até matéria-prima
Marcelo perdeu cerca de 70% do lucro mensal na pandemia e está se recuperando com ‘ajuda’ do calor. (Foto: Leonardo de França)

Já o proprietário da Yolo Sorveteria, Marcelo Grossi, 38 anos, também agradece o calor, que tem ajudado a sair da crise. Ele perdeu cerca de 70% do lucro mensal nos últimos meses, mas ressalta que ainda percebe que os clientes estão economizando na hora da compra e preferindo produtos mais baratos.

“Esse calor aumentou muito a procura, não dá nem para falar o quanto aumentou, não está próximo ao que era antes da pandemia. O que sai mais é o picolé de R$ 2, antes eram as taças, mas acho que é pela questão financeira dos clientes”, explicou.

A produção própria da Sorveteria Barnabé, no bairro Tiradentes, está suspensa pela falta de materiais da distribuidora. O dono, Luis Carlos, disse que no começo vendia cerca de 15 potes de açaí por dia, e agora está aguardando a chegada dos produtos.

“Fazemos picolé, mas falta matéria-prima e a distribuidora não sabe me explicar o porquê. Nós mantivemos o consumo na pandemia, mas com esse calor aumentou muito mais”, finaliza.

Sorveterias de Campo Grande vivem 'boom' após queda na pandemia e falta até matéria-prima
Luis Carlos conta que produção parou pela falta de matéria-prima. (Foto: Leonardo de França)

Calor continua

O mês de setembro encerrou batendo recordes de temperatura, com sensação térmica de 43°C e umidade relativa do ar em 9%. Conforme o prognóstico do Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo e Clima), o clima seco deve continuar, por pelo menos, até o dia 9 de outubro.

Uma massa de ar seco está atuando na região e não deve mudar nas próximas semanas. “Este padrão favorecerá temperaturas em torno ou acima dos 40°C em diversas cidades e umidade relativa abaixo dos 20%. As chuvas mais significativas ainda ficarão restritas aos extremos norte, oeste e sul do Brasil”, informa o alerta.