A mudança na metodologia para identificação de casos de (Covid-19) em , que passará a incluir critérios clínicos, epidemiológicos e radiológicos na base de dados, segue orientação do Ministério da Saúde e já é seguida, por exemplo, no enfrentamento à dengue.

A explicação partiu da SES (Secretaria de Estado de Saúde), que pela manhã desta quarta-feira (9) anunciou a mudança de critérios e fez a divulgação de balanço que apontava cerca de 5 mil novos casos de Covid-19 atribuídos à nova sistemática.

Os dados foram retirados do ar e passam agora por depuração dos municípios porque, conforme a pasta, tratam-se de “falha humana” que divulgou um estudo preliminar técnico em relação aos novos critérios adotados pelo Governo Federal. Os responsáveis pela falha foram advertidos, segundo relatou a pasta.

“Tão logo revisto o incidente, o mesmo [estudo] foi substituído pelo boletim epidemiológico que foi apresentado as 10h30 pontualmente. Aos técnicos que trabalham com a tecnologia da informação é rotineira a checagem dos dados, bem como os ‘cleanings', que significam limpeza de banco de dados, apurados se encontram duplicidades e inconsistências nos dados do Estado”, informou a assessoria.

Com isso, a pasta informou que foi feita nova orientação das equipes e repassada necessidade de correções das inconsistências, como casos encerrados como “confirmados laboratorialmente” que tenham resultado negativo e checagem clínica de casos encerrados.

Pela manhã, o secretário Geraldo Resende anunciou que a nova divulgação começaria já nesta quarta, mas se optou por dar 24 horas para os municípios atualizarem suas bases de dados e corrigirem as inconsistências.

Identificação de casos de coronavírus passa a incluir sintomas e exames de imagem

Até o momento, os 55.345 casos confirmados de coronavírus e 1.007 óbitos registrados no Estado forma contabilizados por meio dos testes rápidos e RTPCR (laboratorial).

Agora, o diagnóstico clínico –via sintomatologia ou exames como tomografias e de raios-x– também será utilizado para tratar o caso como suspeito e recomendar medidas como isolamento social e medicação.

Ao Jornal Midiamax, a SES explicou que a metodologia segue determinações do Ministério da Saúde quanto a definição de casos (sintomas), ampliando critérios de confirmações. Com isso, os municípios foram orientados sobre as novas classificações: avaliação médica apresentando sintomas compatíveis (critério clínico); sintomas e histórico de contato próximo com caso confirmado (critério clínico-epidemiológico); ou sintomas e exames de imagem indicativos de Covid-19 (critério clínico-imagem).

O boletim da SES deve segregar a identificação dos pacientes cujo diagnóstico se der dessa forma (clínico, clínico-epidemiológico e clínico-imagem), a exemplo do que ocorre em relação ao tipo de teste feito para identificar a doença.

Infectologista destaca semelhança entre tratamento de dados do coronavírus e dengue

A infectologista Mariana Croda, da SES, explicou que há algum tempo o Ministério da Saúde adotou essa mudança na metodologia sobre o fechamento dos casos, incluindo critérios como o clínico-epidemiológico e radiológico. Segundo ela, pelo país, não houve um aumento significativo no volume de casos com a adoção dos novos critérios.

Apesar dessa avaliação, a mudança na sistemática, por outro lado, fará com que se perca o parâmetro dos meses anteriores, quando os diagnósticos foram realizados apenas com testagem –o que é minimizado pela filtragem antes do fechamento epidemiológico, como prometido pela SES. De qualquer forma, Mariana prevê mais agilidade no combate à doença.

“O impacto pode ser um pouco maior no número de casos, mas de alguma forma é bom porque não fica na dependência do exame e, quando se tem um caso altamente suspeito e não houve oportunidade de fechar o exame, pode-se iniciar o tratamento”, pontuou.

A infectologista afirma que tal tratamento dos dados ocorreu com a dengue. “Antes se fechava [os casos] apenas com o critério laboratorial e, depois, com o clínico-epidemiológico, não ficando mais na dependência do exame”, explicou, apontando ser um procedimento padrão. “A fase do surto é isso: sai da vigilância e chega à de mitigação, que é essa de transmissão comunitária intensa. Não há porque ficar apenas nos critérios sorológicos”