Programa capacita trabalhadores da construção para atuarem no combate ao Aedes aegypti

Trabalhadores da construção civil de Campo Grande participaram na manhã desta sexta-feira (21) de capacitação do programa “Integrado Intersetorial de Colaborador Voluntário” da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais da Secretaria Municipal de Saúde (CCEV/SESAU). A partir da adesão ao programa, os trabalhadores devem auxiliar no combate ao mosquito Aedes aegypti – transm…

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Trabalhadores da construção civil de Campo Grande participaram na manhã desta sexta-feira (21) de capacitação do programa “Integrado Intersetorial de Colaborador Voluntário” da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais da Secretaria Municipal de Saúde (CCEV/SESAU). A partir da adesão ao programa, os trabalhadores devem auxiliar no combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya – nos canteiros  de obra realizando a inspeção e  eliminação de potenciais criadouros do mosquito, bem devem auxiliar na difusão de informações sobre prevenção. O treinamento ocorreu na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Mato Grosso do Sul (Sinduscon/MS).

O presidente da instituição, Amarildo Miranda Melo, destaca que essa ação faz parte de um trabalho, que o sindicato vem realizando ao longo dos anos, de conscientização do empresário do setor da Construção, tendo em vista que segundo estimativa do ministério da saúde, 20% dos focos do mosquito Aedes Aegypti se proliferam nos canteiros das obras.

“Combater a proliferação do mosquito é um compromisso do setor e estamos apoiando o trabalho da SEMADUR que vem intensificando a fiscalização e orientação nas obras, e com esse trabalho agora com a SESAU queremos estabelecer junto às empresas da construção, através da qualificação desses trabalhadores, uma cultura de prevenção não só agora nesse período de chuva, mas também durante todo o ano” ressalta o presidente.

Para a técnica de saúde e segurança do trabalho da Plaenge, Ilka Bueno, esse tipo de ação é importante, pois ela visa além de sensibilizar, conscientizar. Ela destaca que “Treinar esse voluntário que vai atuar dentro do canteiro de obra, vai fazer com que todos os trabalhadores tenham essa consciência da importância de se fazer a prevenção pra não ficar exposto a esse mosquito que faz um estrago tão grande na nossa vida”.

Já o técnico de segurança da Tecol Engenharia, Silvino Rodrigues, afirma que a empresa já faz um Trabalho de combate a focos do Aedes Aegypti em seus canteiros, mas destaca a importância da ação pela qualidade das informações trazidas quanto aos tipos de focos e das diversas maneiras de proliferação do mosquito, “tendo mais conhecimento nós conseguimos nos aprimorar mais no combate e sensibilizar mais as pessoas com quem trabalhamos, para que o cuidado não fique só no local de trabalho, que ele leve isso também pra casa”.

O treinamento teórico foi à primeira fase do programa Colaborador voluntário, em um segundo momento a equipe do SESAU irá apresentar aos novos colaboradores os agentes de saúde que atuam nas regiões onde obras estão localizadas e que serão responsáveis por receber todas as informações levantadas pelos colaboradores voluntários nos canteiros de obra.

Colaborador Voluntário

O programa “Integrado Intersetorial de Colaborador Voluntário” lançado em 22 de Março de 2018, é mais uma ferramenta que propõe estabelecer uma dinâmica operacional que possibilite um melhor controle de depósitos propensos à proliferação dos vetores transmissores da Dengue, Vírus Zika e Febre Chikungunya nas instituições, garantido que nestes locais não haja focos do vetor.

O gerente técnico da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), Marcos Luiz de Oliveira explica que o programa nasceu com objetivo de instituir a cultura da prevenção, implementando ações compartilhadas entre o poder público e privado, propiciando às empresas envolvidas no processo condições para desenvolverem de modo eficiente o programa de prevenção evitando as doenças de caráter endêmico e epidêmico.

“A proposta foi criada para levar  tanto à instituições públicas como as privadas essa preocupação onde o colaborador voluntário recebe capacitação e treinamentos para o combate do mosquito Aedes aegypti, sendo todo o aparato técnico e operacional oferecido por nós”, diz.

Seu principal objetivo é instituir a cultura da prevenção, implementando ações compartilhadas entre o poder público e privado, propiciando às empresas envolvidas no processo condições para desenvolverem de modo eficiente o programa de prevenção evitando as doenças de caráter endêmico e epidêmico.

Atualmente integram o projeto, o Comando Metropolitano do Corpo de Bombeiros e seus 09 batalhões, a Funesp juntamente com seus parques e praças espalhados por Campo Grande, o 15° Batalhão da Policia Militar Ambiental, a Semed com 100% dos Colégios Municipais, tanto em perímetro urbano quanto nas zonas rurais e o SESC e suas unidades, totalizando 22 instituições.

Dados epidemiológicos

Até o dia 18 de fevereiro, foram notificados 5.044 casos de dengue em Campo Grande, sendo que 667 deles foram confirmados.

Até o momento, três óbitos provocados pela doença foram registrados, de um homem de 30 anos, uma senhora de 74 e uma criança de 9 anos de idade.

Neste ano, ocorreram ainda 34 notificações de Zika Vírus e 17 de Chikungunya, que ainda estão passando por processo de avaliação laboratorial para confirmar ou não as suspeitas.

Em todo o ano passado, foram registrados 39.417 casos notificados de dengue em Campo Grande, sendo 19.647 confirmados e oito óbitos.

Infestação pelo Aedes

Conforme o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo o Aedes aegypti (LIRAa), sete áreas de Campo Grande foram classificadas com o risco de surto de doenças transmitidas pelo mosquito.

O número de áreas em alerta praticamente dobrou, em comparação com o último LiRaa divulgado em novembro do ano passado, passando de 22 para 42 áreas. Dezoito áreas permanecem com índices satisfatórios.

O índice mais alto foi detectado na área de abrangência da USF Iracy Coelho, com 8,6% de infestação. Isso significa que, de 233 imóveis vistoriados, em 20 foram encontrados depósitos. A área da USF Azaleia aparece em segundo, com 7,4% de infestação, seguido da USF Jardim Antártica, 5,2%, USF Alves Pereira, 4,8, USF Sírio Libanês, 4,4%, Jardim Noroeste, 4,2%, e USF Maria Aparecida Pedrossian (MAPE), 4,0%.

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