Denúncia de sobrepreço na aquisição de respiradores pela Prefeitura de Três Lagoas –a 338 km de Campo Grande–, a serem usados durante a pandemia de coronavírus, levou a administração do prefeito Ângelo Guerreiro (PSD) a se manifestar, rechaçando possíveis irregularidades, qualificadas como “fake news”. O caso teve repercussão na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vereadores do município.

O Legislativo de teria, conforme o JP News, recebido denúncia encaminhada pelo deputado estadual Renan Contar (sem partido) sobre os valores pagos em 5 mil testes rápidos e respiradores, que foi apresentada durante sessão pelo vereador Professor Flodoaldo.

A acusação afirma que cada kit de teste rápido custou R$ 139. Na mesma empresa, o conjunto teria custado R$ 98. Já os respiradores, que custaram R$ 85 mil, teriam sido cotados a R$ 45.734, o que representariam uma diferença de R$ 1,5 mil entre o que foi pago pelo município.

Em nota veiculada em seu site, a Prefeitura de Três Lagoas questionou acusações de nos respiradores e que os valores seriam uma comparação entre o que foi pago pelo município e o Governo do Estado.

“A agilidade na decisão de compra, logo no início da pandemia, permitiu que Três Lagoas adquirisse os equipamentos com preços mais baixos em comparação à outras aquisições governamentais, mais tardias”, alega a prefeitura, em nota, que classificou como “fake news” as acusações –que desconsideraram a marca dos equipamentos e destacou que as despesas constam em um site criado pelo município para detalhar despesas durante a pandemia de coronavírus.

Conforme a nota, em 20 de março, a prefeitura comprou 40 respiradores da marca Mindray, modelo SV300, ao custo de R$ 85 mil a unidade, totalizando R$ 3,4 milhões. Vinte foram entregues, pagos (no total de R$ 1,7 milhão), instalados e foram somados aos 10 pré-habilitados para no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Outros 20 devem ser entregues em setembro, quando o restante do pagamento (R$ 1,7 milhão) será feito.

O mesmo equipamento foi comprado depois pelo Ministério da Defesa para o Hospital Naval de (RN), ao custo de R$ 120 mil a unidade. “Entretanto, seria leviano afirmar que na compra do governo federal houve superfaturamento, pois a lei da oferta e procura que rege qualquer mercado provocou a alta do preço dos aparelhos”, destacou a nota, que não citou a compra de testes rápidos.

Contudo, pregão realizado pela prefeitura em 21 de maio resultou na compra de mil testes da marca Abbot, por R$ 110 a unidade, totalizando R$ 110 mil. O valor representou redução no preço original, de R$ 205 por teste, apresentado pela empresa vencedora.