Quem utiliza o transporte coletivo de diariamente para trabalhar conhece a realidade do serviço. Em plena pandemia do (), ônibus lotados e aglomeração em terminais são situações enfrentadas pelos usuários.

É o caso de Walmir Matos, que relatou o medo de ter que se expor ao risco de contaminação diariamente nos ônibus da Capital. “Estou com medo. Até falei para minha esposa que estou pensando em ir trabalhar a pé até comprar uma bicicleta”, disse.

Ainda conforme Walmir, que mora no Jardim Ouro Verde e trabalha em uma farmácia no Centro, a fiscalização feita pelo Consórcio Guaicurus no é só de fachada. “Eu só vejo um fiscal lá e ele finge que está cuidando, mas deixa o ônibus lotar”, denunciou.

Diante do pico da pandemia que Campo Grande está passando, Walmir declarou que toma todos os cuidados para evitar a contaminação, mas teme pela saúde dele e da família. “Eu chego em casa, eu tiro a roupa e tomo banho, mas minha esposa tem 61 anos e tenho um netinho de 4, temo pela saúde minha e deles mesmo assim”, completou.

Autofiscalização

Em ação na Justiça, em que o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pede que o Consórcio Guaicurus implemente todas as medidas de biossegurança, a empresa contestou a acusação fazendo uma ‘autofiscalização’.

No documento protocolado pela defesa do Consórcio, fotos mostram o controle sendo feito fora do horário de pico, com o terminal vazio.

Consórcio Guaicurus
Diferença entre autofiscalização do Consórcio e a realidade.

Ação

Na semana passada, o MPMS entrou com um recurso na ação pedindo que o Consórcio Guaicurus cumpra todas as medidas de segurança contra o coronavírus. “É notório que, diante dessas irregularidades, o funcionamento do conjunto de serviços do Transporte Coletivo Urbano Municipal não atende às mínimas orientações e normas de prevenção, controle e contenção de riscos de disseminação da COVID-19, potencializando ainda mais o risco à saúde pública”, diz trecho do recurso.

O MPMS alertou que se o transporte coletivo continuar sem cumprir as medidas de biossegurança, os riscos são iminentes. “Não se pode conceber que os usuários suportem agravos às suas saúdes e até mesmo risco às suas vidas”.

As diversas irregularidades apontadas pelo MPMS são tratadas como “pontuais” pela defesa do Consórcio Guaicurus, apesar de constantemente o Jornal Midiamax relatar denúncias de passageiros com fotos e vídeos.

Apesar de se tratar de e tramitar sem sigilo, nos autos, o Consórcio Guaicurus acusa o MPMS de ‘alardear’ informações sobre o processo.