O setor econômico vem sentindo os impactos da pandemia do novo (). Ainda no primeiro semestre do ano, o setor imobiliário tentava se recuperar da crise do ano passado, as atividades paralisadas interromperam o avanço, lamenta corretores e analistas da área, no Estado.

Conforme o presidente CRECI-MS (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul), Eli Rodrigues, o mercado de locação está estável e ainda fazendo um balanço sobre os impactos, porém, o conselho já recebeu pedidos de negociação de aluguel. Por outro lado, houve crescimento de vendas invés de retração, não chegando a afetar o pagamento das locações.

“Havia muita expectativa sobre a retomada do mercado imobiliário para 2020, de que o mercado estaria em recuperação, porém sabemos que isso não correspondeu ao esperado. Reconhecemos o esforço dos bancos que facilitaram o acesso às linhas de crédito de financiamento imobiliário justamente para tentar minimizar os prejuízos, bem como novas estratégias para diversificação e continuidade dos negócios em MS”, explica.

Ainda segundo Eli, muitos clientes preferiram ajustar as contas para avaliar como o investimento será feito, estão mais cautelosos, ao invés de cancelar a compra do imóvel, pois as taxas de juros são melhores do que os últimos anos e com possibilidade de ter uma carência maior para começar a pagar as prestações.

“Como medidas emergenciais ao corretor de imóveis neste período de crise, conseguimos estabelecer uma nova data para o vencimento da anuidade com pagamento sem juros e multas de março para junho e apostamos nas ferramentas digitais para aperfeiçoar o trabalho dos corretores de imóveis em tempos de transformação da prática profissional. Esperamos que tão logo seja restabelecida a rotina, o mercado imobiliário consiga conjeturar expectativas de crescimento”.

Corretor de imóveis há 10 anos, Luis Fonseca explica que os valores estavam se reajustando neste ano devido a crise, ou seja, este ano é um bom período para investir devido aos valores acessíveis.

“Houve queda na taxa básica de juros, a Selic, o que turbinou para que as taxas de financiamento caíssem consideravelmente. Também houve aumento no preço médio da locação, descontando na inflação, ou seja, era hora de investir. Atualmente percebemos que o consumidor prefere esperar, porém, nós sabemos que quando a pandemia passar, o mercado pode retrair. A perspectiva é que pode piorar”, afirmou.

É o caso da estudante Sabrina Trindade,24, que iria dar entrada no apartamento usando o (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). “Eu iria dar entrada no apartamento agora em março, mas as obras pararam, e a corretora me avistou que a entrega poderia atrasar. Então eu voltei a trás e estou estudando mais”.