Internado para tratar doença crônica, um paciente de 54 anos ficou entre a vida e a morte após ser submetido a uma transfusão de tipo de sangue errado no de , há exatamente três anos. A família entrou na Justiça e afirma que o morador sofre até hoje com as sequelas do procedimento.

O paciente deu entrada no hospital em busca de tratamento de uma doença cardíaca e hipertensão. Ao Jornal Midiamax, a filha do paciente, de 31 anos, disse que a vaga foi conquistada no HU após um amigo da família interceder e só então ele foi transferido da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em que estava internado.

A mulher conta que o pai foi internado e estava prestes a receber alta, sendo encaminhado para a área verde do hospital. Até que recebeu uma ligação de um residente, seu amigo, contando que devido a transfusão errada, o paciente havia tido uma piora no quadro clínico.

“Quando eu estava saindo de casa para ir visitar meu pai, meu amigo me ligou. Perguntou se eu sabia que ele havia sido transferido da área verde para a área vermelha. Quando cheguei no hospital, meu pai estava amarrado na maca, chorando, porque ele teve uma reação e ficou muito agressivo”, disse.

O paciente, que tem a tipagem A, recebeu 400 mililitros da tipagem B na veia por engano, confundido com outro paciente com o mesmo nome, mas sobrenome diferente. Ele permaneceu 28 dias internado tratando a transfusão e a família na Justiça a responsabilidade do hospital nas sequelas que ele sofreu.

“Meu pai vive outra vida nesses últimos dois anos. Ele era ativo, hoje, depende da minha mãe para tudo. Os médicos afirmaram que ele entrou no hospital com cirrose e querem se isentar da culpa, falando que trataram o erro, mas não oferecem nenhum tipo de auxílio para a gente”, afirmou.

A filha do paciente afirma que, se o Hospital Universitário tivesse prestado suporte para o acompanhamento médico nesses últimos dois anos, a família não teria processado. “Eles não reconhecem que a culpa são deles. Meu pai tinha outra vida antes desse erro. Hoje a gente vive em postinho e o hospital não quer ajudar em nada”, disse.

O processo que corre na Justiça tenta agendar uma perícia hematológica para dar continuidade nos trâmites, mas de acordo com a família, os médicos que são indicados para o procedimento se recusam a fazer o procedimento. A família diz que a defesa está tentando solicitar que a perícia seja feita por um médico de outro estado.

A reportagem entrou em contato com o Hospital Universitário e foi informada que qualquer resposta está sendo dada somente dentro do processo e que “caberá ao juiz decidir se houve negligência, imprudência ou imperícia por parte de algum funcionário do hospital no caso”.