No Dia da Luta contra Aids, medo de testar positivo ainda é barreira para tratamento em MS

Celebrado nesta terça-feira (1), o Dia Internacional da Luta contra a Aids tem como objetivo conscientizar a população sobre uma a doença infecto-contagiosa causada pelo vírus HIV e que mais mata pessoas no mundo. Em Mato Grosso do Sul, médico especialista no assunto avalia que o medo de testar positivo para o vírus é a […]

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Celebrado nesta terça-feira (1), o Dia Internacional da Luta contra a Aids tem como objetivo conscientizar a população sobre uma a doença infecto-contagiosa causada pelo vírus HIV e que mais mata pessoas no mundo. Em Mato Grosso do Sul, médico especialista no assunto avalia que o medo de testar positivo para o vírus é a maior barreira para iniciar o tratamento e consequentemente, salvar vidas.

O médico Roberto Paulo Bras Júnior, de 33 anos, trabalha no CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento) de Campo Grande. Ele comenta que os testes e tratamento acontecem de forma gratuita, é seguro e sigiloso. Apesar disso, muitas pessoas preferem não realizar o teste por medo do resultado.

No Dia da Luta contra Aids, medo de testar positivo ainda é barreira para tratamento em MS
Drº Roberto Paulo | Foto: Leonardo de França, Midiamax

“Às vezes preferem não saber por medo. Aí essa pessoa vai adoecer e consequentemente morre, pois, o sistema imunológico fica fraco. Por isso é importante o diagnóstico. Se a pessoa não se trata, a doença viral se aproveita do sistema imunológico fraco”, disse o médico ao Jornal Midiamax.

O médico explica que o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da Aids, enquanto a Aids, é o estágio avançado da infecção pelo HIV.

Com atendimento “portas abertas”, da qual não é necessário agendar, o morador pode ir ao CTA a quando desejar e á, receberá todo o suporte. Primeiramente, é necessário realizar um cadastro na recepção, depois disso, passa por um aconselhamento e depois realiza o teste. O resultado demora até 20 minutos para ficar pronto e depois disso, o paciente passa por um pós-aconselhamento, independente do resultado.

“Se deu positivo, ele precisará passar por acompanhamento, ele precisará passar por uma consulta medica. Quando positivo, começa o tratamento de 3 em 3 meses. Se ele tomou o medicamento corretamente em um período de 6 meses, ele pode ser considerado indetectável”, explicou o médico.

Se tornar um PVHIV (Pessoa Vivendo com o HIV) indetectável, significa que o organismo possui menos de 50 cópias virais. A partir daí a pessoa pode não transmitir o vírus e pode ter filhos biológicos, pois o bebê nascerá saudável, inclusive.

O CTA realiza em média mil consultas e testes por mês e fica localizado na Rua Anhanduí, 353 , na Vila Carvalho.

Casos em MS

Em Mato Grosso do Sul, no ano 2019, identificou-se 962 casos novos de HIV e 422 casos de AIDS, totalizando 1.384 PVHIV (Pessoas Vivendo com HIV). Destas, 957 (69%) eram do sexo masculino e 427 (31%) do sexo feminino. A série histórica da taxa de detecção por 100.000 hab., de 2008 a 2018, mostra um pequeno declínio, de 23,5 para 22,6 por 100.000 hab. (0,3 casos por 100.000 hab.).

Em 2020, registrou-se um declínio das notificações, foram 591 casos novos de HIV e 267 casos novos de AIDS, totalizando 858 PVHIV (dados parciais até 27/11/2020 – Sinan), sendo 602 homens (70%) e 253 mulheres (30%). E quem fornece tratamento para todas as PVHIV é o governo federal.

Métodos IST

Desde 2016, o Ministério da Saúde adotou a nomenclatura IST (infecção sexualmente transmissível), em vez da tradicional DST. Isso porque o termo doença sugere que existam sintomas visíveis na pessoa infectada, enquanto a palavra infecção admite que também há problemas assintomáticos.

De acordo com o médico, o método mais aconselhável é o uso da camisinha nas relações sexuais, porém, também existem outros métodos que podem ser usados.

Existe a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV), que consiste na tomada diária de um comprimido que impede que o vírus causador da aids infecte o organismo, antes de a pessoa ter contato com o vírus. A PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV), que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como: violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), ou acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).

No Dia da Luta contra Aids, medo de testar positivo ainda é barreira para tratamento em MS
Amostras de sangue coletadas à espera de análise (Foto: Leonardo de França, Midiamax)

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