Representantes do MPF (Ministério Público Federal) iniciaram nesta sexta-feira (24) série de reuniões com representantes do Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena), Sesai-MS (Secretaria Especial de Saúde Indígena em ) e chefes de polos-base de Dseis (Distritos Sanitários Especiais Indígenas), além de lideranças indígenas, para discutir as ações de combate ao coronavírus nas aldeias.

O debate, realizado por videoconferência, teve em tela o crescente avanço da em aldeias de e a situação nos municípios de e –no qual, segundo publicado pelo Jornal Midiamax, indígenas seriam acusados de espalhar a doença e estariam ameaçados de morte, conforme gravações que começaram a circular pela cidade.

Em Aquidauana, onde a Covid-19 avança em diversas aldeias, até caciques acabaram infectados em meados de julho. Os casos surgiram cerca de duas semanas depois de um evento na presença de autoridades estaduais na vizinha Taunay-Ipegui. O município registrou pelo menos quatro mortes de indígenas.

Com o Considi, foram discutidas as situações das três cidades, sendo apontado que a e de EPIs (equipamentos de proteção individual) foi uma crítica recorrente, bem como a falta de ações efetivas de isolamento e de barreiras sanitárias –já questionadas pelo MPF na Justiça, por meio de ação civil pública e de recurso que cobra urgência para a adoção de medidas.

Ainda nesta sexta-feira, outra reunião por videoconferência discutiria a questão com representantes do Conselho do Povo Terena.

Segundo o procurador da República Luiz Eduardo Outeiro Hernandes, o MPF está em contato com órgãos de saúde estaduais e comunidades indígenas e busca tanto judicialmente ou via medidas extrajudiciais (recomendações e campanha para arrecadação de EPIs) meios de mitigar os efeitos da pandemia nas comunidades e aldeias indígenas.