Aproximadamente 30 motoristas de vans escolares se reuniram na frente do Parque das Nações Indígenas, nos altos da avenida Afonso Pena, na manhã desta quarta-feira (22) pedindo a liberação da categoria para realizar outros tipos de serviço como transporte de pessoas durante a quarentena de combate e prevenção ao coronavírus (covid-19).

A categoria fará uma carreata silenciosa até a Esplanada Ferroviária onde encontrarão com o titular da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) Luis Eduardo Costa, para conversar sobre o assunto.

De acordo com o presidente do Sintems (Sindicato dos Transportadores Escolares de MS) Rodrigo Aranda, 43 anos, a categoria está parada há 50 dias e não tem nenhum auxílio do governo para se manter.

Parados pela pandemia, motoristas de vans escolares querem liberação para outros serviços
Leonardo de França | Jornal Midiamax

“Não temos autorização para fazer outro tipo de serviço e não recebemos auxílio do Governo Federal. Só em Campo Grande são 320 motoristas parados, no Estado são 3,3 mil sem nenhuma ajuda”, relatou.

Os motoristas querem autorização da Prefeitura para realizar outro tipo de serviço ou contrato empresarial, como auxiliar no transporte coletivo urbano fazendo a lotação nas linhas bairro/ centro.

“Campo Grande está crescendo, nosso prefeito devia dar atenção e autorizar os veículos nessa lotação, como é feito em São Paulo e no Rio de Janeiro”, completou Rodrigo.

Com veículos avaliados entrer R$ 45 mil e R$ 100 mil, os motoristas não conseguem se classificar como MEI (Microempreendedor Individual) para receber ajuda do Governo Federal e com isso estão vendo as dividas acumulando, além de não ter outra fonte de sustento.

“Carões de crédito, prestação das vans. Nada está sendo prorrogado pelos bancos. Os bancos na verdade estão refinanciando os carros. Cada motorista tem um prejuízo de pelo menos R$ 14 mil até agora. Estamos com medo da situação se prorrogar ainda mais”, disse Rodrigo.

A motorista Leia Dutra, relatou que com o transporte escolar ela sustenta a família de 5 pessoas e está com problemas para pagar as dívidas e garantir a comida na mesa. “Estão cobrando juros das prestações, além dos impsotos que preciso pagar. Eu sustento minha família. Os pais não estão cumprindo os contratos, já que as aulas estão suspensas, não temos dinheiro para pagar as contas e comer”, desabafou.