Motoristas denunciam sindicato ao paralisar ônibus por pressão do Consórcio Guaicurus

O Jornal Midiamax recebeu denúncias de diversos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande que não entenderam o propósito da paralisação realizada na manhã desta segunda-feira (20), com a justificativa de Assembleia extraordinária para discutir um assunto que cabe somente ao Consórcio Guaicurus. Esses trabalhadores acusam as empresas de transporte coletivo de pressionarem…

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O Jornal Midiamax recebeu denúncias de diversos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande que não entenderam o propósito da paralisação realizada na manhã desta segunda-feira (20), com a justificativa de Assembleia extraordinária para discutir um assunto que cabe somente ao Consórcio Guaicurus.

Esses trabalhadores acusam as empresas de transporte coletivo de pressionarem o STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano), como forma de forçar a prefeitura e Agetran (Agência Municipal de Trânsito) a revogar a Lei 6.481/20, de 14 de julho de 2020.

O sindicato nega a situação e diz que os motoristas são responsáveis em dividir a multa, conforme estaria acordado em contrato de trabalho. Entretanto, a lei deixa claro que a multa terá que ser paga pelo Consórcio. É o que diz o inciso 5º do artigo 35º da Lei 6.481: “Os valores das multas deverão ser pagos exclusivamente pela concessionária, independentemente de quem tenha dado causa à infração”.

Mesmo amparados pela lei, o presidente do sindicato, Demétrio Ferreira de Freitas, insiste em falar que haverá paralisação, caso alguma multa seja aplicada. Muitos motoristas não concordam com a decisão e afirmam que as empresas estariam pressionando o sindicato para usar os trabalhadores em uma tentativa de forçar a prefeitura revogar a lei, que prevê a aplicação de multas às empresas por eventual descumprimento de regras, não sendo mais necessário a anuência das empresas de ônibus. Ainda segundo a lei, outra previsão é multa de forma remota por parte da Agetran, que consegue monitorar rotas e viagens em tempo real.

Apesar de o sindicato afirmar que os motoristas teriam essa responsabilidade de arcar com infrações, não há relato de funcionário que tenha dividido alguma multa com a concessionária.

Em nota, o Consórcio Guaicurus não cita ter feito pressão ao sindicato e ainda diz que pode punir os responsáveis pela paralisação. A direção estaria definindo as “medidas administrativas e judiciais que serão tomadas por conta da paralisação, responsabilizando os responsáveis pela iniciativa”.

Transtornos a passageiros

Passageiros foram surpreendidos com a paralisação dos ônibus na manhã desta segunda-feira. Muitos ficaram das 4h30 às 7h30 aguardando para usar o serviço. Outros precisaram pagar R$ 24 para ir ao serviço por exemplo, para não perder o horário de trabalho.

Os veículos começaram a circular somente às 7h30 e vários passageiros denunciaram ônibus lotados. Os ônibus chegaram lotados nos terminais, com diversas pessoas em pé, ou seja, trabalhadores ainda teriam que esperar pelo próximo veículo

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