Após repercussão negativa, o ministério da Educação vai revogar a portaria publicada nesta quarta-feira que determina o retorno das aulas das universidades federais a partir de janeiro. Uma nota será divulgada nesta tarde explicando a decisão. A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) confirmou nesta quarta-feira (2) que o retorno das aulas presenciais serão no dia 15 de março de 2021.

De acordo com uma fonte do Jornal O Globo ligada ao MEC, a portaria pegou de surpresa as instituições federais. As aulas presenciais estão suspensas desde março devido à do novo coronavírus.

O epidemiologista Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), criticou a medida, classificando como “ato nulo”. As universidades públicas têm autonomia garantida pela Constituição. Com todo respeito, não cabe ao MEC decidir sobre isso. O objetivo da portaria foi jogar os alunos contra as universidades. Com as pausas decorrentes da chegada da pandemia, muitos deles ficaram ansiosos, com a formatura atrasada.

Em nota, Denise Pires de Carvalho, reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse que a instituição  “seguirá, com muita seriedade e responsabilidade, protegendo a vida da comunidade universitária e não deixará de cumprir, com autonomia, a sua missão institucional”.

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) também se manifestou contrário à portaria, em um comunicado intitulado “Governo quer colocar nossas vidas em risco. Não aceitaremos.” A diretoria do Andes considerou a iniciativa da pasta “coerente com a postura negacionista do governo federal” e defendeu que as aulas presenciais só retornem após a ção em massa da população.

Congressistas também criticaram a medida. Em rede social,  o Idilvan Alencar (PDT-CE) disse que a postura do governo “tem sido fugir da responsabilidade e jogar a culpar nos outros”. Ele avalia que o MEC  “faz algo para arrumar confusão e politizar um assunto que deveria ser tratado com base em dados e evidências”.