Mãe revela história de fé e milagre em Campo Grande que vai tornar ‘padroeiro da internet’ beato
Católica desde que nasceu, Luciana Vianna, de 40 anos, viu o pai oferecer catequese no quintal de casa quando no terreno em frente ao local onde mora hoje com os dois filhos, era uma favela. Inspirada nos exemplos do pai, ela rezou durante 4 anos para que o filho Matheus fosse curado de uma doença […]
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Católica desde que nasceu, Luciana Vianna, de 40 anos, viu o pai oferecer catequese no quintal de casa quando no terreno em frente ao local onde mora hoje com os dois filhos, era uma favela. Inspirada nos exemplos do pai, ela rezou durante 4 anos para que o filho Matheus fosse curado de uma doença rara e congênita chamada de pâncreas anular. A fé dela fez com que Carlo Acutis, apresentado pelo padre amigo da família, tivesse o milagre da cura de Matheus atribuído para sua beatificação pelo Vaticano, que acontecerá neste sábado (10). Ele é conhecido como o padroeiro da internet.
Luciana dizia ao padre Marcelo Tenório que “a Igreja precisa de santos atuais”. Durante as missas, ela se questionava o porquê de serem citados santos com milagres realizados há mais de 100 anos. A técnica de enfermagem nunca esperava que o desejo de ser devota de um santo “jovem” fosse se realizar graças a um milagre na sua família.
“Onde estão os milagres imensos que faziam as pessoas ficarem impressionadas?”, era uma das perguntas que Luciana fazia ao padre Marcelo. Quando o filho mais novo, Matheus, estava prestes a fazer 4 anos, escutou dos médicos que toda sua fé deveria ser usada.
“A médica disse para mim ‘se você tem fé, é hora de rezar e muito, porque é provável que o Matheus não passe dos quatro anos”.
Escutar isso dos médicos que cuidavam do tratamento de Matheus a fez rezar ‘novenas’ diárias, até que conseguisse seu objetivo: a cura do filho. “Fazer novenas não era o suficiente, eu percebi que precisava rezar todos os dias”. Na capela construída no fundo de casa, ou no altar montado dentro de seu quarto, Luciana pedia para que o filho um dia conseguisse se alimentar.
“Ele chegou a pesar 9 quilos com 3 anos e meio. Ele se alimentava de uma substância que a gente chamava de leite, mas era proteína pura e vitaminas já quebradas, porque o organismo não tinha tempo suficiente para absorver, ficava poucos minutos no estômago”.
Quando ficou sabendo que um pedaço da camiseta de Carlo Acustis seria trazido para igreja que frequentava, enxergou na missa de apresentação da relíquia a oportunidade perfeita para pedir ao “santo novo” o milagre que tanto sonhava. “O padre disse que quem precisasse de um milagre era para pedir ao Carlo, porque para virar santo ele precisava ter um atribuído. Era o que faltava”.
As novenas passaram a ser dedicadas a Carlo Acutis, até o dia da missa, quando finalmente poderia pedir e tocar na relíquia. “Eu sempre tive o costume de beijar as relíquias dos santos, mas expliquei para o Matheus o que significava, contei uma historinha. Ele só falou “entendi”, e eu não disse mais nada”.
Quando era chegada a vez de Luciana, ela estava no corredor da igreja acompanhada do pai, que pediu para levar Matheus em seus braços. Ao se aproximar da relíquia, o avô do menino se abaixou para beijar o pedaço de tecido e Matheus colocou o braço para impedi-lo.
“Na hora de venerar o Matheus pois o braço e falou “pimeilo eu”. Tinha explicado que a gente fazia o pedido no coração, mas ele falou em voz alta “palá de vomitá!”. O padre perguntou o que era aquilo para mim, e eu fiquei sem resposta”.
Depois, Luciana questionou o filho o que ele havia pedido, e Matheus respondeu que já estava curado por Carlo Acutis. A família foi para casa, que fica poucas quadras da igreja, e ao chegar Matheus pediu para comer, perguntou ao irmão “qual a comida mais gostosa que você já comeu?” e os dois escolheram arroz, feijão, bife e batata frita.
Para incentivá-lo, Luciana fez a comida e serviu a quantidade necessária para um adulto, apesar de acreditar que ele não comeria tudo. Matheus, então, se alimentou de tudo o que a mãe colocou no prato e pediu mais. Quando o filho começou a engolir os pedaços de carne inteiros, Luciana percebeu que ele nunca tinha sido ensinado a mastigar. Foi então que ela ordenou que o irmão mais velho ensinasse Matheus a comer. Com medo do vômito, a mãe esperou o filho rejeitar o alimento – o que não aconteceu.
Em seguida Matheus se sentou em frente ao relógio e perguntou para Luciana quanto tempo demoraria para comer novamente. Ela respondeu que deveria esperar a digestão, cerca de duas horas. “Ele ficou sentado em frente ao relógio pelas duas horas, pediu para eu apontar onde o ponteiro estaria, que iria comer novamente. Fiquei preocupada, não achei que ele ficaria muito tempo sem vomitar”, disse a mãe.
Luciana esperou um mês até que tivesse a certeza que o filho conseguiria se alimentar normalmente. No retorno aos médicos, a fé dela os impressionou, e eles precisaram explicar que o crescimento dele não seria “de uma hora para outra”, uma vez que o organismo não tinha crescido no tempo correto igual a outras crianças. “Os médicos me explicaram que ele continuaria magro por um tempo, mas ele já estava ganhando altura”.
A mãe enxergou no milagre atribuído a Carlo Acutis uma oportunidade de evangelização semelhante a feita pelo pai. “Antes eu não usava nem o celular, era avessa a tecnologia. O Carlo mudou meu pensamento, ele era conhecido por falar de Jesus na internet, e percebi que meu testemunho seria um jeito de evangelizar e dar esperança para outras famílias. Hoje eu entendo que tudo que é novo pode ser bom, se usarmos para o bem”.
Jovem será beato
O corpo do jovem italiano Carlo Acutis foi levado para beatificação no início deste mês para a basílica superior de São Francisco, em Assis, na Itália. Em Campo Grande, haverá uma missa às 9h do sábado (10) na Paróquia São Sebastião, em agradecimento à beatificação.
Carlo Acutis foi um jovem que fazia evangelização pela internet e faleceu com leucemia no dia 12 de outubro de 2006, aos 15 anos. Ele ficou conhecido como “padroeiro da internet”, já que conseguiu unir a religião e sua paixão por computadores ao criar um site dedicado à catalogação cuidadosa de cada milagre já relatado e para evangelizar.
O padre explica que o adolescente ficou conhecido principalmente no Brasil. “Começamos a divulgá-lo por Campo Grande, enviamos material do Carlo Acutis para o Brasil inteiro. Começaram a chegar relatos de todo canto, pessoas pediam graças a ele. Foram me mandando essas graças, esses milagres”, explica o padre Marcelo Tenório. Em contato com a família de Carlo na Itália, o padre Marcelo trouxe uma relíquia dele para o Brasil, um pedaço do tecido de sua camisa e alguns fios de cabelo.
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