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Cotidiano

Incêndios no Pantanal podem colocar araras novamente em extinção, diz especialista

Situação é tão crítica que já há registros das aves matando umas às outras
Arquivo -

A longa temporada de de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul pode impactar uma espécie com mais força do que se imagina. As araras-azuis podem voltar a figurar lista de ameaçados de extinção mais uma vez.

Uma das maiores especialistas na ave do mundo, Neiva Guedes aponta que nunca se viu nada parecido no bioma. Presidente do Instituto Arara Azul, ela garante que a espécie voltará à ingrata lista após seis anos.

“Em Mato Grosso do Sul, são as terríveis consequências do pós-fogo de 2019. No Mato Grosso, as queimadas estão ativas. Elas atingem o mais importante santuário da espécie, a Fazenda São Francisco de Perigara, em Barão de Melgaço, que teve 92% da área queimada”, disse Neiva, em entrevista ao jornal O Globo.

Incêndios no Pantanal podem colocar araras novamente em extinção, diz especialista
Neiva Guedes (Foto: Divulgação/ Instituto Arara Azul)

A especialista apontou que 40% dos casais reprodutores morreram nos dois estados no período de incêndios do ano passado. Em 2020, as perdas são tão grandes que ainda não foram calculadas.

As aves devem sofrer com falta de alimento e habitat nos próximos meses ou anos. “Vemos isso na região de , no Refúgio Ecológico Caiman, o maior centro de reprodução da espécie, atingido no ano passado. As araras-azuis ficaram sem comida e ninhos. Elas são extremamente especialistas, comem apenas os frutos das palmeiras acuri e bocaiúva. Vimos que filhotes sobreviventes das queimadas de 2019 tiveram deficiências devido à falta de comida. As araras tentam comer a bocaiúva queimada, mas não se sabe o quanto esta é nutritiva”, explicou.

Neiva ainda cita o triste caso de uma arara que matou outra, apesar da espécie ser conhecida por viver harmonicamente em bandos. “Seus ninhos foram queimados. E as araras entraram em conflito. Esse tipo de comportamento brutal, movido pelo desespero, nunca tinha sido observado na espécie”, conta.

Como se não bastasse, a espécie ainda virou alvo de outras, também famintos. Felinos como a jaguatirica escalam árvores e matam araras que estão chocando suas crias nos ninhos. Ainda há a preocupação permanente com o tráfico, que aumentou neste ano.

A especialista avalia que o Poder Público deve investir mais em prevenção de queimadas. “O é muito guerreiro, resiliente, temos esperança de que vai se recuperar, não sabemos em quanto tempo. Mas é necessário trabalhar para evitar novos desastres. Bioma algum aguentará sucessivas tragédias”, finaliza.

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