Cinco dias após reabertura, a movimentação segue baixa no de . Funcionando com revezamento de lojas, as vendas caíram em até 90%, mas para alguns é “melhor pingar do que faltar”.O local conta atualmente com 473 lojas, dessas oito fecharam as portas de forma definitiva, pelos prejuízos causados durante o tempo fechado na pandemia do coronavírus () e, por dia, apenas 150 podem abrir as portas.

De acordo com o presidente da AVA (Associação dos Vendedores Ambulantes) Narciso Santos, a escala de revezamento permite que cada comerciante trabalhe duas vezes na semana. “A escala é de dois dias durante a semana por comerciante nos finais de semana é revezamento também. Se trabalhou nesse, não trabalha no próximo”, destacou.

Narcisou contou que os comerciantes que fecharão as portas alegaram não ter condições financeiras durante a pandemia para se manterem funcionando.

O local está aceitando apenas 30 clientes por vez, nas entradas os seguranças aplicam álcool nas mãos de quem entra e a maioria dos comerciantes trabalha de . Mas o termômetro é usado apenas em casos suspeitos. “Se a pessoa entra aqui com coriza ou aparentando estar gripada a gente busca e usa”, disse Narciso.

Para o vendedor Luan Gustavo, 23 anos, abrir a cada dois dias é complicado, mas “é melhor pingar do que faltar”, disse à reportagem.

Ele contou que teve o salário reduzido em 40%, mas acredita ser melhor do que perder o emprego. “As pessoas gostam de vir comprar pessoalmente, e agora só vem para comprar mesmo. Abrir revezando é complicado, mas tem que ser parceiro. Conheço minha patroa há 10 anos, nesse momento é melhor pingar do que faltar”, disse.

Vendas reduzidas

Dono de uma banca de eletrônicos Gilmar da Silva, afirma estar sentindo na pele os prejuízos e não estar conseguindo pagar as contas, com a procura reduzida em 80%.

“Estou trabalhando um dia e fechando dois, está difícil honrar com os compromissos. Precisamos pagar as contas. Meu prejuízo é de 80%. O município poderia disponibilizar uma linha de crédito com juros baixos para pagarmos o condomínio pelo menos”, relatou.

Mesmo com o prejuízo, Gilmar ainda não dispensou nenhum dos dois funcionários, mas teme que a medida seja necessária. “Tive um prejuízo de 90%, se continuar assim vou precisar demitir ou reduzir o salário dos meus funcionários”, desabafou.

Ganhando por venda e atendimento Camila Freitas, 21 anos, também viu a procura diminuir, junto com o salário.

“Eu recebo por semana em cima das vendas e serviços de manutenção que faço, com a queda na procura tive redução no salário também. Só essa semana foi 30% a menos de vendas, vamos ver como vai ser até o final do mês', concluiu.