Estudo sobre MS mantém alerta ao coronavírus em Campo Grande; Bonito entra na lista após reabrir turismo

Um relatório elaborado por pesquisadores de universidades públicas analisou os dados sobre o coronavírus em Mato Grosso do Sul e observou que Campo Grande continua em nível de alerta máximo para a doença. Além disso, o estudo percebeu um aumento no alerta para coronavírus em Bonito, a 300 km da Capital, onde o turismo foi […]

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Um relatório elaborado por pesquisadores de universidades públicas analisou os dados sobre o coronavírus em Mato Grosso do Sul e observou que Campo Grande continua em nível de alerta máximo para a doença. Além disso, o estudo percebeu um aumento no alerta para coronavírus em Bonito, a 300 km da Capital, onde o turismo foi reaberto no mês de julho. 

Estudo sobre MS mantém alerta ao coronavírus em Campo Grande; Bonito entra na lista após reabrir turismoO relatório foi elaborado por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e UFOB (Universidade Federal do Oeste da Bahia) e analisa os dados da pandemia da 33ª à 35ª semanas epidemiológicas, ou seja, no período de 15 a 29 de agosto em MS.

De acordo com os pesquisadores, Campo Grande e Nova Alvorada do Sul registraram aumento significativo nos índices de morbimortalidade. Campo Grande continua com nível de alerta máximo, o nível 5. Enquanto isso, Nova Alvorada do Sul saltou do nível de alerta 2 para 4.

Os pesquisadores ainda chamam a atenção para a taxa de ocupação dos leitos na Capital. Segundo dados, dos 752 leitos de UTI no SUS do estado, 86,44% se concentram nos municípios de Campo Grande, Dourados, Três Lagoas e Corumbá. Pesquisadores alertam que entre os municípios que apresentaram as taxas mais preocupantes na terça-feira (1º), conforme dados do Painel Mais Covid-19 MS, está Campo Grande com uma taxa de ocupação de 84%.

Outra região que chamou a atenção durante a análise foi Bonito. A cidade, que um dos principais destinos de ecoturismo do Brasil, reabriu o turismo no mês de julho. Os pesquisadores chamam a atenção para mudanças nos níveis de alerta em Jardim e Bonito. 

Enquanto o alerta de Jardim recuou de 3 para 2 e o nível de alerta de Bonito subiu de 3 para 4. “Sabemos que houve abertura para o turismo ecológico em Bonito e, possivelmente, isso tenha impactado nos índices de morbimortalidade. Infelizmente, enquanto não houver vacina e não houver diretrizes para a condução desse momento pandêmico, teremos variações nos níveis de alerta a cada alteração de contexto”, explica Adeir Archanjo da Mota, pesquisador da UFGD.

Diante do aumento de casos, a Prefeitura de Bonito alega que os casos de coronavírus não têm relação com o turismo. “Os casos são locais, não tem nenhuma relação com o turismo. O que acontece é que Bonito aumento o número de testagem e isso reflete nos casos positivos”, disse o secretário municipal de Turismo, Augusto Mariano.

Cidade de MS fez a ‘lição de casa’

Enquanto a análise mostra uma estabilização ou aumento no nível de alerta em quase todas as microrregiões de saúde de Mato Grosso do Sul, a região de Aquidauana foi a única que apresentou melhora.

O resultado da análise, segundo Adeir Archanjo da Mota, expressa de que maneira os gestores públicos têm administrado a pandemia nos diferentes municípios. “Observamos crescimento, ou em alguns casos, estabilidade com modesto crescimento no índice, em todas as microrregiões de saúde do estado com exceção da microrregião de Aquidauana. Ao considerar os alertas emitidos pelos pesquisadores, a gestão municipal decretou lockdown por sete dias e – embora seja um curto período de tempo – parece ter surtido efeitos positivos na redução dos números da pandemia”. 

Para pesquisadores, o resultado é reflexo do nível de importância dado pelos gestores públicos à pandemia. “O que fica evidente é que, em certa medida, Aquidauana fez o ‘dever de casa’. Contudo, a microrregião precisa continuar um trabalho de conscientização e de restrições para prevenir mortes evitáveis”, diz Archanjo da Mota.

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