Estudo comparativo  feito por pesquisadores da UFBA  (Universidade Federal da Bahia) e da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) alerta que a cidade é responsável por 34% dos casos de no . O levantamento também revela que a está em fase de crescimento e não dá sinais de redução do número de casos confirmados nas próximas duas semanas.

Segundo o professor e pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia, Marco Aurélio Boselli, as medidas de  isolamento social são as mais eficazes até o momento para conter o avanço da pandemia.

“Fizemos previsões baseadas em um modelo científico testado com dados do mundo todo. Este estudo mostra que a epidemia ainda está crescendo em
Dourados e com tendência de aumento do número de casos e óbitos para as próximas semanas, segundo a previsão”, explica o professor.

Boselli, que tem se dedicado aos estudos de modelos matemáticos epidemiológicos usando a experiência profissional em matemática e computação, relata que os modelos foram desenvolvidos para ajudar no  entendimento da evolução da doença e podem auxiliar autoridades na tomada de decisões.

“Precisamos reiterar que são previsões a partir de um modelo epidemiológico que considera diferentes variáveis. As medidas adotadas e cuidados assumidos pela população podem diminuir o número de casos e, consequentemente, os óbitos. Por outro lado, a falta de medidas mais ostensivas em relação ao isolamento social e cuidados por parte das pessoas podem fazer o número de casos crescer acima do previsto”, esclarece o pesquisador.

Comparativo de casos

O relatório da pesquisa também apresenta uma análise dos dados de Dourados em comparação com os demais municípios  do Mato Grosso do Sul. De acordo com a pesquisa, Dourados exemplifica a interiorização da pandemia no Brasil e embora tenha ¼ da população de Campo Grande, apresenta um número total de casos diagnosticados aproximadamente 50% maior do que os registrados na capital.

Os dados analisados foram obtidos a partir das informações disponibilizadas  pelo Portal Coronavírus do site do Ministério da Saúde sobre o número de casos (acumulados e novos casos) e sobre a  população de cada município publicados no dia 23 de junho.

“Dourados está em primeiro lugar em número de casos confirmados no MS e em quinto lugar em número de casos  relativos por cem mil habitantes. A análise geoespacial mostra que as cidades que aparecem nas primeiras posições têm  populações muito inferiores e isso também chama a atenção e acende o alerta para o MS”, explica o professor e pesquisador Fernando Ferraz Ribeiro do Laboratório de Estudos Avançados em Cidade, Arquitetura e Tecnologias Digitais.