Grupo de empresários e associações do ramo turísticos de Mato Grosso do Sul, publicaram nesta segunda-feira (6), uma carta aberta para o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), pedindo ajuda e atenção ao setor que vem sofrendo impacto com a crise, por conta da pandemia do novo (Covid-19).

A carta relaciona a importância do setor na economia do país, ressaltando que em 2019, o Estado gerou 69,87% de empregos, promovido pelo turismo. Porém, seguindo as recomendações e decretos locais, hotéis, pousadas, restaurantes, barcos hotéis, passeios e balneários tiveram as atividades suspensas, causando a crise, principalmente, aos empresários que estavam inadimplentes antes da quarentena.

“A pergunta que nos assombra é: como manteremos nossas empresas nesse período? Como manteremos nossos funcionários? Como honraremos os compromissos financeiros assumidos antes da crise, com o setor em pleno crescimento? O fechamento de uma empresa de turismo (hospedagens e similares, bares e restaurantes, transporte de passageiros, agências de viagens, cultura e lazer) resulta no desemprego de muitas pessoas e nós empresários não temos como honrar os compromissos do mês de março, como faremos para pagar os direitos trabalhistas dessas pessoas? E o que nós, nossos colaboradores e suas famílias faremos enquanto a situação não se resolve?”, questionam a carta.

Os empresários pedem que o avalie novas regras junto ao Banco do Brasil, para liberação de novos financiamentos que contemplem comerciantes que já possuem contratos com o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) e os que estão estavam inadimplentes antes da pandemia, mas tentavam sair da crise.

O pedido dos empresários para avaliação junto ao setor bancário são:

– Suspensão das parcelas vencidas e vincendas a partir de 01.03.20 de empréstimos Bancários, por um período de 180 dias, e após esse período que haja parcelamento de longo prazo.

– Renegociação de contratos vencidos junto a rede bancária, com prazo mínimo de 60 meses e carência de 180 dias.

– Permissão de parcelamento nas operações de Giro FCO, em atraso, concedidas pelo Banco do Brasil,inclusive as que já estão em fase de execução, no intuito de tirar as empresas da condição de inadimplência.

– Liberação pelo Banco do Brasil e , de linhas de credito de longo prazo, avalizados pelo Fundo Garantidor, sem a necessidade de hipoteca, uma vez que algumas empresas já possuem seus bens hipotecados em financiamentos anteriores, devido à recente recessão que enfrentamos, e não estão conseguindo novas linhas de credito, principalmente no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que hoje tem recursos, mas só liberam com garantia real (imóveis).

– Liberação do FCO – Para empresas jurídicas do setor de turismo, com aval do governo (Fundo Garantidor) com prazo de 12 anos, sendo 2 anos de carência, e valor mínimo de R$ 250.000,00 por empresa.

– Retirada da responsabilidade do BANCO DO BRASIL no repasse do FCO, no caso de inadimplência na operação, para que o Banco facilite a concessão de credito as Pessoas Jurídicas do setor de turismo, dessa maneira afrouxando a regra de restrição dentro do Banco, não valendo essa regra para quem não renegociar suas dívidas, saindo da condição de inadimplente, antes da aquisição do novo empréstimo.

– Liberação de novos financiamentos para empresas que estão inadimplentes, pois tais empresas necessitam de auxílio para pagar os funcionário e demais despesas no período em que as atividades estiverem paradas.

– Substituição da piracema por um período de pesque e solte, pois no turismo de pesca esportiva, este importante setor para a economia do nosso Estado, as empresas que operam esta atividade, possuem suas contratações vendidas com antecedência mínima de 12 meses, em pacotes turísticos de 5 a 7 dias ou mais, sendo certo que o ano de 2021 está parcialmente ou totalmente vendido. Nesse cenário crítico, nasce nossa necessidade, qual seja, ter decretado a suspensão do período de defeso do ano de 2020/2021, para a pratica do pesque e solte (nos locais permitidos por lei). Numa projeção simples, os três meses de defeso, garantiriam ao menos 13 (treze) semanas que estão livres e que os associados poderão remanejar alguns grupos, tentando evitar cancelamentos, e sendo fato que os demais serão remanejados para 2022.

– Oferecimento de seguro defeso estendido para os guias de turismo credenciados no Cadastur a nível estadual pois todos foram impactados diretamente com esse fechamento, pelo menos num período de 6 meses.

A carta é assinada pela AbAV (Associação Brasileira de Agências de Viagens de Mato Grosso do Sul), ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Mato Grosso do Sul), ABRASEL (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e ATRATUR (Associação dos Atrativos Turísticos de Bonito e Região), ACERT (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turism), ATUPAK (Associação do desenvolvimento do Turismo da Estrada Parque Piraputanga), CG Destination, IGR (Instância de Governança Regional Rota Cerrado Pantanal), e VISIT PANTANAL (Associação de Turismo de Miranda, Aquidauana, Corumbá, e Bodoquena MS).

Confira a carta aberta na íntegra clicando aqui.