Em tempo de pandemia de coronavírus, a Covid-19, a fumaça gerada pelas queimadas – que acontecem neste período de tempo seco – pode elevar o risco de doenças respiratórias. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do dia 1º de janeiro a 28 de maio deste ano, houve aumento de 85% no foco de queimadas em Mato Grosso do Sul em relação ao mesmo período do ano passado.

O relatório do Inpe indica que foram registrados 2.155 focos de queimada no período contra 1.168 em 2019, o que representa alarmante aumento de 85%. O resultado coloca nosso Estado na segunda posição do país, atrás apenas do Mato Grosso, que já teve 4.565 registros no ano.

O número é considerado muito alto, se comparado com anos anteriores. Em 2018, por exemplo, foram apenas 448 casos no período. Em 2017, foram 770 e, em 2016, 566.

A preocupação este ano é que a combinação de tempo seco e fumaça é prejudicial às vias respiratórias, local onde o coronavírus se instala. O cenário é preocupante, uma vez que devemos ter, em junho, o pico da doença.

Mesmo as queimadas em zonas rurais – mais afastadas da cidade – podem oferecer risco. A fumaça tem compostos tóxicos como monóxido de carbono, dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio, além de materiais particulados, com alta capacidade de dispersão – o que faz com que a fuligem possa chegar a locais distantes dos focos de incêndio.

Queimadas Urbanas

Em Campo Grande, somente este ano, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) aplicou multa a 75 proprietários de terrenos baldios por queimada. As infrações variam de R$ 2.414,50 a R$ 9.658,00. Neste período, o Corpo de Bombeiros combateu 928 incêndios em vegetação.

Ações

Com este diagnóstico, o Comitê Municipal de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais e Urbanos de Campo Grande (COMIF) – composto por 17 órgãos e entidades – se reuniu esta semana. Foi apresentado um plano com ações a serem desenvolvidas no contexto da campanha “Diga não às queimadas urbanas em 2020”.