Disciplina e rigor são as palavras escolhidas, por alunos e pais, para definir as expectativas para as aulas das escolas cívico-militares em . As Escola Estadual Alberto Elpídio Ferreira Dias – Prof. Tito, no Anache, e na Escola Estadual Marçal de Souza, no Jardim Los Angeles, escolhidas para o novo modelo, começaram o período letivo nesta segunda-feira (2).

Emili Santos, 15 anos, acredita que “vai ser bem rígido o negócio”. Às 6h30 desta manhã, ela e outros alunos das escolas cívico-militares já estavam a postos para cantar o hino nacional.

“Como é integral, os professores vão estar mais focados na gente”, essa é a esperança da aluna do 1º ano do Ensino Médio. A escolha de Emili, em estudar na escola cívico-militar, veio da vontade de seguir carreira na área militar e de um ensino melhor.

O estudante Matheus Dias, 16 anos, comenta que a entrada na escola é motivo de orgulho no bairro. “A gente sempre vê o pessoal do Colégio Militar e pensa que eles são diferentes, agora a gente também tem esse privilégio”. O aluno comenta que já espera estar “em observação constante da escola” e espera mais disciplina no dia a dia.

O motorista Wilson Sampaio Júnior, 39 anos, matriculou o filho no 9º ano do II, na EE Marçal de Souza, a mesma que Emili e Matheus frequentam. “A expectativa é de que ajude no comportamento,  a ser uma pessoa melhor, ainda mais nessa região”.

Wilson admite que a escolha de matricular o filho partiu dele. “Em primeiro momento ele ficou relutante, por achar que perderia o espaço de diversão na escola. “Mas tem que concordar, porque é o melhor pra ela. Na escola cívico-militar eles vão ter um regime, vai ser mais rígido, daí já vão acostumando”, comenta o motorista.

Comportamento e vestimenta

Em busca de mais disciplina e rigor, alunos começam o ano letivo nas escolas cívico-militares
Matheus e Emili comentam estar ansiosos para usar as fardas.
Foto: Marcos Ermínio.

Asseio pessoal com uniforme, horário de chegada e condições para saída são algumas das características que fazem parte das escolas cívico-militares. O Coronel do , Romero Souza explica que “as meninas tem que estar com o cabelo preso, ou rabo de cavalo ou coque, os moços com cabelo cortado e barbeado”.

Mesmo com sonho de usar farda, a estudante Emili Santos admite que se entristeceu ao saber que não poderá mais usar o cabelo solto na escola. “Eu tive que pintar meu cabelo de preto, mas eu amava ele todo vermelho, fiquei muito triste e eu também não gosto de prender ele”.

A menina disse que pintou o cabelo na noite do último domingo (1) e que a mãe recebeu as recomendações em uma reunião com o corpo docente da escola. “Por ser algo militar eu sabia que teria que fazer algo assim, mas na verdade eu não gostei muito”, lamenta.

Duas escolas em Campo Grande

O ano letivo nas escolas cívico-militares de Campo Grande começaram já com o apoio dos monitores escalados. A Escola Estadual Alberto Elpídio Ferreira Dias contará com 10 monitores da Polícia Militar durante os dois períodos de aula que fazem parte do projeto, o matutino e vespertino.

Também com 10 monitores, a Escola Estadual Marçal de Souza contará com o apoio do Corpo de Bombeiros Militares. Ambos os colégios serão regidos pelo corpo docente civil.

Segundo a coordenadora estadual das escolas cívico-militares, Verneque, 56 anos, “os alunos tem toda a rotina de uma escola integral, a única diferença são os monitores mesmo”. A coordenadora também lembra que a implantação nessas regiões foi escolhida pela vulnerabilidade que os bairros apresentam e os Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) baixos nos últimos anos.