Embora tenha perdido a “liderança” do total de casos de coronavírus em Mato Grosso do Sul, isso não significa que a doença já tenha desacelerado no município. Ao contrário: em apenas 9 dias, o volume de infectados aumentou 41% a cidade em relação ao registrado de março (mês do surgimento do primeiro caso) a maio deste ano.

Os dados foram levantados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e lançados no Sisgran (Sistema Municipal de Indicadores de Campo Grande). Dos 422 infectados até terça-feira (9), 291 (69% do total, ou praticamente 7 em cada 10) já se recuperaram.

A alta de dados ocorre ao mesmo tempo em que o (o “ficar em casa”) caiu vertiginosamente. Nas últimas semanas, Campo Grande ficou entre as primeiras cidades do país com menor taxa de isolamento –ficando em primeiro lugar em alguns desses dias.

Segundo a base de dados do Sisgran, os 9 primeiros dias de junho trouxeram um acréscimo de 123 novos casos de coronavírus à cidade. De março a maio, foram 299 infectados, o que significa um aumento de 41% no volume de doentes apenas entre 1º e 9 de junho.

Primeiros dias de junho tiveram acréscimo de 123 casos de Covid-19, quase metade do total registrado do início da pandemia até o fim de maio.
Casos de Covid-19 tiveram taxas de crescimento de até 39% nas últimas semanas. (Imagem: Divulgação)

A contagem da evolução do coronavírus por semana reforça que a doença continua a avançar em ritmo preocupante. De 10 a 16 de maio, por exemplo, somaram-se 172 infectados na cidade, número que subiu para 239 na semana seguinte (alta de 39%).

Depois, cresceu para 289 (21% a mais) de 17 a 23 de maio e atingiu 380 pessoas que contraíram Covid-19 entre 31 de maio e 6 de junho (avanço de 31%). Nos três dias de domingo (7) a terça-feira, houve mais 42 casos, um acréscimo de 11%.

A taxa diária de evolução da doença tem variado nesse período de 3% a 5,5%.

Campo Grande tem 7 em cada 10 infectados curados

Primeiros dias de junho tiveram acréscimo de 123 casos de Covid-19, quase metade do total registrado do início da pandemia até o fim de maio.
Até terça-feira, Campo Grande teve 291 pacientes curados de Covid-19. (Foto: Reprodução)

O Sisgran utiliza duas cores para identificar, no mapa de Campo Grande, o volume de casos de Covid-19 e sua localização aproximada. Em vermelho, são anotados os casos confirmados e, em ciano, os que contraíram a doença e se recuperaram.

A visualização do sistema nesta quarta-feira (10) manteve a perspectiva de que, gradualmente, o mapa vai deixando o tom vermelho de lado. Alguns bairros dentre os 79 principais já apresentam apenas casos de pessoas que se recuperaram do coronavírus.

Esta é a situação do extremo oeste da cidade, onde Indubrasil, Nova Campo Grande e , no Imbirussu, só contavam pacientes recuperados até terça-feira. Na mesma região urbana, o Santo Antônio sequer apresenta casos.

Tarumã, Coophavila II, Leblon e Taveirópolis (Lagoa); Guanandi, Vila Jacy e Los Angeles (Anhanduizinho); Moreninhas e TV Morena (Bandeira); José Abrão (Segredo); Estrela D'Alva e Chácara dos Poderes (Prosa); Planalto e Monte Líbano (Centro) também são bairros que apresentam apenas casos recuperados.

Mais regiões ‘limpas' e bairros com mais pacientes ativos de coronavírus

O quantitativo de bairros, porém, pode aumentar a partir das subdivisões de cada um. Considerando-as, bairros como o Nossa Senhora das Graças, São Caetano, North Park, Jardim das Acácias, Campo Verde, Dahma, Itamaracá, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Campo Alto, Macaúbas, Parque do Sol, Caiobá II, Riviera Park e Parque dos Girassóis, entre muitos outros, também estão livres da Covid-19.

Por outro lado, o mapeamento mostra que a doença segue ativa em bairros populosos como o São Conrado, Santa Emília, Portal Caiobá e Batistão (Lagoa); Ramez Tebet, , Lageado, Pioneiros e Aero Rancho (Anhanduizinho); Coopharádio, Rita Vieira, Vilas Boas, São Lourennço e Tiradentes (Bandeira); Maria Aparecida Pedrossian, Jardim Noroeste, Chácara Cachoeira, Autonomista e Jardim Futurista (Prosa); Coronel Antonino, Nova Lima, Jardim Anache, Seminário e Vila Nasser (Segredo); Vila Palmira, Zé Pereira, Santo Amaro e Vila Sobrinho (Imbirussu); e em grande parte da região urbana do Centro.