Depois que um acidente com uma cobra naja em Brasília revelou um esquema de de tráfico de animais e desencadeou uma operação da Polícia Federal, criadores passaram a entregar os animais em Mato Grosso do Sul. Pessoas que criavam animais silvestres em casa sem autorização ambiental procuraram o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) para entregá-los voluntariamente.
Em pouco mais de uma semana, o Cras recebeu sete serpentes e cinco tarântulas, que passaram por exames clínicos e foram encaminhadas ao Biotério da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). Capturar, traficar, vender e criar animais silvestres, sejam eles nativos da fauna local ou exóticos, é crime ambiental.
A coordenadora do Cras, médica veterinária Aline Duarte, ressalta que o infrator pode ser preso e obrigado a pagar multas pesadas. No caso do jovem que criava a naja, a multa foi de R$ 78 mil e ele responde a processos por diversos crimes. No entanto, se a pessoa procurar voluntariamente um órgão ambiental e fizer a entrega do animal, fica livre de qualquer punição.
Das serpentes entregues por criadores ao Cras, cinco eram da espécie Corn Snake, a “cobra-do-milho”, encontrada na fauna norte-americana. Muito cobiçada pelos traficantes de animais por ser colorida e não peçonhenta. Outras duas eram Píton, também sem veneno e coloridas.
Aline Duarte explica que o biotério da UCDB é o melhor equipado da Capital, por isso recebe todos os animais dessas espécies que são entregues ao Cras.
Como entregar os animais?
Criadores podem fazer a entrega voluntária dos animais no Cras, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. O Cras é um hospital veterinário vinculado ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e está localizado entre o Parque das Nações Indígenas e o Parque Estadual do Prosa. O acesso é no final da rua Mato Grosso, na rotatória que dá acesso ao Parque dos Poderes.
É possível conseguir autorização ambiental para criar animais silvestres, cumprindo algumas exigências. Confira as orientações.
(informações da Semagro)