As altas temperaturas são vilãs para as pessoas que possuem doenças cardiovasculares, como hipertensão ou arritmias cardíacas. O calor em grande excesso causa a queda da pressão arterial e pode trazer problemas para os cardíacos.

Segundo o médico cardiologista Marcelo Martin, os riscos de complicações em dias muito quentes são maiores em idosos com problemas de coração.

“Pode ocorrer hipotensão [pressão baixa], aumentar a frequência cardíaca, arritmias. O paciente pode vir a sentir dor precordial [no peito] pelo aumento da frequência cardíaca”, disse ele ao Jornal Midiamax.

Martin explicou que com o aumento da temperatura externa, da mesma forma o organismo vai tentar compensar para não ter aumento na temperatura interna.

Segundo ele, em um primeiro momento, por conta da dilatação dos vasos sanguíneos e do suor, do mesmo modo a frequência cardíaca aumenta, causando também a baixa na pressão arterial.

“Num segundo momento o paciente começa a perder muito líquido e o organismo responde causando uma vasoconstrição [compressão dos vasos] para barrar esse processo todo”, esclareceu ele.

“[…] além da pressão da frequência cardíaca aumentada, o paciente tende a aumentar a pressão também para poder compensar essa perda e novamente pode causar os mesmos sintomas: dor no peito e pode até ter AVC [Acidente-Vascular-Cerebral]”, continuou.

Hipertensa há muitos anos, a aposentada Matilde da Silva contou que é muito comum a pressão dela aumentar quando fica muito tempo exposta ao calor.

“Não saio sem meu remédio na bolsa”, disse ela, explicando que já sentiu mal-estar no Centro de e posteriormente precisou recorrer ao medicamento para normalizar a pressão.

Recomendação

A indicação dada pelo especialista é que os cardíacos ou os que estejam em tratamento evite a exposição excessiva ao sol. Além disso, evite fazer atividade física exaustiva, bem como manter o corpo sempre hidratado.

“Aqueles que tiverem ar-condicionado em casa, ficar em temperaturas mais amenas, ou ventilador; ou passar água gelada no corpo […] são mais medidas mais comportamentais”, orientou ele.

Urgência

Em casos mais urgentes, quando a pessoa está passando mal, alguns procedimentos podem ser adotados por quem está perto. O mais indicado, segundo Martin, é chamar a emergência.

“De imediato é colocar [o paciente] em ambiente arejado, tentar evitar aglomerações e chamar a emergência”, recomendou ele.

O médico também orienta para que se for caso de diminuição de pressão, é elevar seus membros superiores, oferecer água caso o paciente consiga beber.

“É uma situação complexa, tem vários tipos de complicações que podem acontecer”, disse, exemplificando que tiver dor no peito pode ser um indício de infarto e o recomendado é chamar diretamente o (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).