Maria Aparecida das Neves foi mais uma vítima do em . Ela ainda chegou a trabalhar por três dias com o sintomas da doença em um frigorífico em , a 70 quilômetros de , local que ela considerava sua segunda casa. Maria foi uma das cerca de 80 funcionárias da empresa que testaram positivo.

Ela trabalhava desde 1999 na empresa, em pé durante a madrugada, na desossa de coxa, sob uma temperatura ambiente de 8ºC. A filha de Maria, Joana Dark Neves de Souza, relatou que, como a mãe não tinha febre (só dores no corpo e dor de cabeça), o ambulatório da empresa não a dispensou do serviço, porque aparentemente só estava gripada.

Maria chegou a trabalhar três dias com sintomas da doença, sendo que no dia 19 foi levada ao hospital. Foi a última vez que Joana viu a mãe viva. Ela reclama do atendimento no Proncor em Campo Grande, onde os médicos não pediram uma única tomografia, para avaliar as condições do pulmão dela. O vírus comprometeu suas atividades renais e ela não resistiu a hemodiálise e morreu.

De acordo com o Região News, dona Maria não tinha comorbidade. Era ativa, trabalhava à noite, chegava em casa no final da madrugada e às 9 horas da manhã já estava de pé para fazer os serviços da casa. “Ela tinha mania de limpeza. Desde que começou a pandemia ela tomava todos os cuidados. Usava máscaras. Quando chegava do serviço, antes de entrar em casa, tirava toda a roupa e deixa pra lavar. Só ficava em casa, ela deixou de frequentar até o culto. Seu medo é que passasse o vírus pra mim e eu não resistisse, por causa dos meus problemas de saúde”, falou Joana.

Ela perdeu a luta para o , após 25 dias internada, parte deste período no Hospital Elmíria Silvério Barbosa. Teve de ser entubada e seis dias depois, foi transferida para o Proncor, onde morreu na tarde do último dia 12 de agosto.