O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de manifestou preocupação, nesta quarta-feira (15), por não ter sido consultado sobre o novo protocolo para tratamento de pacientes em estado inicial de – doença causada pela infecção do novo coronavírus. Com as novas orientações adotadas pela Prefeitura, médicos da capital poderão receitar, com o consentimento do paciente, medicamentos que não possuem estudos conclusivos sobre a eficácia contra a doença.

O protocolo foi discutido por uma Comissão Especial da Câmara Municipal de Campo Grande, em sessão transmitida na internet, nesta manhã. Participaram da conferência a superintendente da rede de assistência da (Secretaria Municipal de Saúde), Ana Paula Resende; os médicos Mauri Comparin e Sandro Benitez – que ajudaram a formular o protocolo -; o secretário Executivo do CMS, Josimar Cavalã, a coordenadora Maria Auxiliadora; além dos vereadores Eduardo Romero (Rede) e Viana (PSDB).

O novo protocolo disponibilizado pela Prefeitura inclui sulfato de zinco, ivermectina e vitamina D3 às orientações que já vinham sido circuladas para tratamento de pacientes em estado inicial de covid. De acordo com Ana Paula, da Sesau, os medicamentos serão disponibilizados na rede pública dentro de 15 dias e garantem o tratamento de cerca de 20 mil pessoas.

Na conferência, Ana Paula afirmou que a decisão foi tomada após uma conversa entre o prefeito Marquinhos Trad (PSD), Comparin e Benitez. Os médicos teriam procurado Marquinhos e feito “indicações técnicas” com estudos realizados nos Estados Unidos sobre o uso da cloroquina – que já foi protocolado pelo Ministério da Saúde de forma polêmica.

Os médicos também citaram os “bons resultados” da cidade de Porto Feliz, no interior de São Paulo, que adotou o mesmo protocolo. Os tais “bons resultados” foram questionados pelo vereador Eduardo Romero, que citou cidades semelhantes com números ainda melhores e que não adotaram o protocolo disponibilizado na rede pública de Campo Grande. Benitez, então, reconheceu que é cedo para afirmar que o protocolo terá sido uma boa ideia. “Só saberemos daqui um ano”. Ele também admitiu que o protocolo “não tem o nível de evidências que exige uma tomada de decisão”.

O médico ainda reconheceu que foi uma falha não comunicar o CMS. O conselho lembrou que “muitos especialistas não estão coniventes com o relatório”. Maria Auxiliadora disse que não é contra o protocolo, mas observou que a discussão precisa ser levada a sério e que, em tempos de pandemia, “temos de esgotar todos os nossos  argumentos, porque temos uma imensa responsabilidade como conselho. Durante a live da Câmara, Comparin, acabou disponibilizando o conteúdo do protocolo ao CMS.