Depois de semanas estudando e desmentindo boatos sobre a implementação do em , o prefeito Marquinhos Trad (PSD) descartou a possibilidade nesta terça-feira (14) e quem comemorou foram os comerciantes da cidade.

Animados, os do Centro afirmaram que essa foi a melhor decisão da gestão, pois o que tem contribuído com a proliferação do coronavírus são as aglomerações indevidas e clandestinas, apontaram.

A sócio-proprietária de uma loja de roupas femininas na 14 de Julho, Leonilda Graciano, de 59 anos, disse que se o estabelecimento tivesse que fechar as portas, certamente não conseguiria abrir novamente.

“Achei a decisão ótima, queria dar um beijo no prefeito. Eu estava com medo [do lockdown], porque se tivéssemos que fechar, não íamos abrir novamente, a gente iria falir”, afirmou a comerciante.

Segundo Leonilda, o foco dessa pandemia deveria ser o período noturno na cidade, pois pessoas estão abusando e não têm respeitado os decretos municipais. “É o povo da noite que está prejudicando. Os bares [aglomerados] e as festas em casa são um problema, falta mais fiscalização”, comentou.

Com lockdown, não há renda

Jullieli Espller, de 30 anos, é cabeleira e ficou aliviada com a notícia de que Campo Grande não deverá ter o lockdown, pois maior preocupação era ficar sem conseguir a renda mensal para quitar as contas.

“É de se comemorar. A gente que trabalha com o comércio depende disso. Como iríamos trabalhar para pagar água, luz e manter a casa? Sou mãe de família”, afirmou. Assim como Leonilda, Jullieli também compartilha do mesmo pensamento, de que o problema atual no controle da pandemia são as aglomerações clandestinas.

“O certo é fiscalizar, com a polícia em cima de quem está fazendo festa [em casa]. Porque se fosse fechar o comércio, como iríamos sobreviver? O salão depende de movimento para receber”, pontuou.

Maria Queiroz, de 53 anos, é dona de uma lanchonete no Centro e afirma que o problema não é o comércio da cidade, pois há um controle de pessoas dentro das lojas e as medidas de biossegurança são seguidas a risca.

“Se fechasse, teria muita gente falindo e sem dinheiro até para comprar comida. Tem que pegar firme no final de semana, que tem muitas aglomerações e gente fazendo festa e sai do limite”, afirmou.

Medo do desemprego

Assim como os patrões, os funcionários do comércio comemoram a decisão do prefeito de não aderir ao lockdown. Um rapaz, de 20 anos, que trabalha na lanchonete de Maria Queiroz, afirma que já perdeu o emprego no começo da pandemia e após meses, conseguiu se restabelecer.

“Vai fazer um mês que estou trabalhando aqui. Já fui prejudicado [pela pandemia] uma vez, não sei o que aconteceria se precisasse fechar tudo novamente porque é provável que seria demitido. Não sei o que iria fazer”, disse o trabalhador, pai de um bebê de um ano e oito meses.

Assim como todos que conversaram com a reportagem, o jovem afirma que o grande problema são as pessoas que não respeitam a , saem sem necessidade, principalmente a noite. “Tem que punir quem está fazendo festa, é errado todo mundo pagar pelo erro de alguns”, finalizou.