Comércio reabre em Campo Grande com misto de medo de contágio e esperança de faturamento
A reabertura gradual do comércio em Campo Grande deu nova dinâmica ao Centro da cidade na manhã desta segunda-feira (6) e reforça, também, a dúvida se a flexibilização, mesmo com cobrança rigorosa de medidas preventivas são suficientes para conter o avanço do novo coronavírus na cidade. Nesta manhã, a reportagem flagrou de idosos a famílias […]
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A reabertura gradual do comércio em Campo Grande deu nova dinâmica ao Centro da cidade na manhã desta segunda-feira (6) e reforça, também, a dúvida se a flexibilização, mesmo com cobrança rigorosa de medidas preventivas são suficientes para conter o avanço do novo coronavírus na cidade.
Nesta manhã, a reportagem flagrou de idosos a famílias inteiras, com crianças pequenas, circulando pela Rua 14 de Julho, o coração do comércio central da Capital. O cenário claramente desrespeita a orientação municipal, que é manter a quarentena e sair para comprar apenas o necessário, com apenas um representante da família, que também deve estar paramentado de máscara.
Mas, do lado oposto das calçadas, dentro das lojas, comerciantes se dividem entre o medo e a esperança. Medo porque entendem que há exposição ao vírus, que pode ser transportado até a própria casa, mesmo com todos os cuidados. Esperança, porque maior parte dos vendedores que trabalham por ali vivem de comissão.
A gerente de uma grande loja de cosméticos da região central, Fabiane Oliveira, de 36 anos, descreve do que se trata o medo. Com duas filhas e uma mãe de 70 anos, ela descreve a tensão que é voltar a exposição.
“Tomamos as medidas preventivas exigidas no decreto. Cada funcionário recebeu um kit higiene, com máscara, luva e álcool em gel. A entrada na loja também tem restrição, o cliente precisa higienizar as mãos e só pode ficar por 20 minutos, com no máximo 20 clientes na loja”, conta a gerente.
Segundo Fabiane, a loja só reabriu porque todos os funcionários estão paramentados. Quatro deles, a propósito, pediram para estender as férias, o que foi concedido.
“A gente aprova essa reabertura com os cuidados necessários. A maioria é comissionado e depende dessa renda”, pontua.
Um dos points da região central, a loja Planeta Real reabriu com uma dinâmica diferente. Apenas 10 clientes por mês, que são orientados a lavarem as mãos ao entrar.
“Depois que ele faz a compra, a gente higieniza os carrinhos. Temos avisos na loja inteira. Funcionários com máscaras. Temos medo, claro. Tenho três filhos. Mas se a reabertura não acontecesse, muitos ficariam desempregados”, conta o gerente da loja, Pedro Magalhães, de 41 anos.
Outro estabelecimento de cursos de estética também reabriu. A proprietária, Valéria Santos, de 42 anos, destacou que teve que reduzir 30% dos funcionários.
“As aulas foram paralisadas. Estamos vendendo os cursos por telefone e estamos reforçando a higienização para todos. O comércio reaberto é uma esperança e um risco. Diria que essa semana é um teste. Medo eu tenho. Mas, voltamos por necessidade. Se não fosse a questão financeira, a gente não voltaria”, conclui.
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