Que o céu de é lindo, todos sabem. Mas, o entardecer com horizonte cor-de-rosa nesta quarta-feira (10) deixou os apaixonados na expectativa de bom presságio para o . Só que a explicação pode não ser nada romântica.

É que as partículas de , maiores do que as de gás atmosférico, acabam alterando a coloração do céu, de acordo com a professora do Instituto de , Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP Márcia Akemi Yamasoe, em entrevista à revista Superinteressante.

Isso porque o Sol emite luz de todos os comprimentos, sem distinções. No entanto, quando essa luz penetra na atmosfera, as moléculas de gás que a compõem (oxigênio, nitrogênio, etc.) ‘acham mais fácil' refletir a radiação azul, de onda mais curta, que a vermelha, mais longa.

Além disso, quando o Sol está se pondo, a luz penetra na atmosfera de lado e não por cima. Com isso, precisa atravessar mais gás, espalhando mais tons avermelhados pelo céu.

E, pelo ângulo em que o Sol se encontra, os raios devem atravessar grande quantidade de nuvens e partículas de poluição – que nos últimos dias estão em grande número nas camadas mais altas da atmosfera.

O céu de Campo Grande e a poluição

É aqui que entra a poluição. Certas partículas, bem maiores que as moléculas de gás comuns, refletem luz de todos os comprimentos (isto é, geram um brilho esbranquiçado, afinal, o branco é a soma de todas as cores), o que atenua o vermelho para um rosa ou amarelinho em certas situações. É aí que a “mágica” acontece e a refração da luz resulta em cores no céu.

É por isso que céus poluídos parecem acinzentados durante o dia, em vez de azuis, e os laranjas e vermelhos vibrantes do pôr do sol dão lugar a pálidos rosas e amarelos se há poluição na atmosfera.