Vacina BCG é testada em Campo Grande como alternativa para combate ao coronavírus

Pesquisadores da Austrália estão iniciando a fase três de uma pesquisa que estuda a eficácia da vacina BCG na proteção contra o coronavírus. A vacina é obrigatória no Brasil há décadas em recém-nascidos e disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). No país, a testagem acontecerá em 2 mil profissionais da Saúde, em Campo Grande. […]

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vacina BCG
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Pesquisadores da Austrália estão iniciando a fase três de uma pesquisa que estuda a eficácia da vacina BCG na proteção contra o coronavírus. A vacina é obrigatória no Brasil há décadas em recém-nascidos e disponibilizada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). No país, a testagem acontecerá em 2 mil profissionais da Saúde, em Campo Grande.

Médico infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Júlio Croda é quem coordena a pesquisa e explica que o projeto é liderado pelo professor Nigel Curtis, da Universidade de Melbourne, que tem o apoio da OMS (Organização Mundial da Saúde). O objetivo é recrutar 10 mil trabalhadores da saúde em várias partes do mundo, para estudar se a vacina gera uma proteção contra o vírus.

“Vamos avaliar, principalmente, para prevenir eventos mais sérios como internações e óbitos. Tem dados em relação a BCG e em outras doenças respiratórias, que ela confere uma proteção específica contra os patogêneos, não é contra o Covid, mas chamamos de intracelular, vírus e bactéricas, assim como a bactéria da tuberculose. É um ensaio clínico e quantitativo”, disse.

O estudo deve durar 12 meses, e os pesquisadores vão apurar se os voluntários tiveram uma resposta de proteção contra o vírus, em comparação aqueles que não foram vacinados quando criança. Pesquisas preliminares apontam casos de “imunidade” em pessoas vacinadas já vacinadas.

“Foram vistas em dois estudos grandes, que as crianças vacinadas com a BCG tinham menos infecções virais e bacterianas. Elas sustentam uma resposta celular inata importante que não é específica de um organismo, é uma reposta geral que apresenta proteção. No caso do Covid, uma doença grave, pensamos que como um tipo de vacina que gera uma resposta tão forte assim poderia ser útil, principalmente nos grupos de maiores riscos, como os profissionais de saúde, para evitar formas mais severas da doença.”

Toda semana, a equipe acompanha os voluntários por ligação telefônica, questionando se tiveram sintomas da Covid-19 ou apresentaram outras doenças, se relatarem alguma suspeita, terão exames coletados.

A fase de testagem deve começar no mês de agosto, e os pesquisadores estão recrutando voluntários da saúde que estejam ativo na área, trabalham e moram na Capital, tenham mais de 18 anos, não apresentaram sintomas ou diagnóstico de Covid-19, não tenha doença que contraindique vacinação de BCG e não tenha sido vacinado com a mesma no último ano. A inscrição pode ser feita no site da Friacruz.

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