Mato Grosso do Sul e figuram em destaque em estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado nesta terça-feira (19), que coloca o Estado e a Capital –neste caso entre as cidades com mais de 750 mil habitantes– como aqueles com menos residências em favelas no Brasil.

Os dados, conforme o instituto, foram estimados para 2019. Conforme o estudo “Aglomerados Subnormais: Classificação Preliminar e Informações de Saúde para o Enfrentamento à Covid-19”, Campo Grande registra hoje 38 favelas, sendo as maiores a aglomeração da Homex, com 901 habitações, Samambaia (434), Mandela (300), Rancho Alegre (270), Confiança (250), Nossa Senhora das Graças (206), Nossa Senhora Aparecida (190) e Nova Capital (160). Treze comunidades listadas no estudo têm 30 ou menos moradias precárias.

Entre os municípios com mais de 750 mil habitantes, Campo Grande figura como o de menor percentual de domicílios ocupados em favelas: 1,45%. (2,47%), Nova Iguaçu e São Gonçalo (3,46%) são as cidades que mais se aproximam. Belém (PA), Manaus (AM), (BA), São Luís (MA) e Fortaleza (CE) são aquelas com mais moradias em favelas.

A pesquisa apresenta distâncias entre as comunidades e unidades de Saúde, mapeamento preliminar e estimativas de domicílios ocupados nos aglomerados subnormais –grupo que inclui as favelas, grotas e palafitas, entre outras ocupações de áreas sem padrão urbanístico ou com restrições à habitação.

Em todo o Estado, há 54 aglomerados subnormais. Dentre os 908 mil domicílios cadastrados, 6.777 estão em favelas em 9 municípios. Além de Campo Grande (com 4.516 habitações nas suas 38 comunidades do tipo), há favelas em Aquidauana (2), Corumbá (6), Dourados (5), Novo Horizonte do Sul, Ponta Porã e Sidrolândia(1 em cada). Conforme o IBGE, Mato Grosso do Sul tem a menor proporção do país em moradias em favelas: 0,74%. O Amazonas lidera (39,5%), seguido do Espírito Santo (26,1%) e Amapá (21,6%).

A maior do Brasil segue sendo a Rocinha, no Rio de Janeiro, com 25.742 domicílios; seguida da Sol Nascente, no Distrito Federal (25.441); e a Rio das Pedras, também em território fluminense (22.509). Paraisópolis (SP) totaliza 19.262 municípios.

“Antecipamos a divulgação desses dados para mostrar qual é a situação dos aglomerados subnormais em municípios e Estados, já que nessas localidades a população tem maior suscetibilidade ao contágio pela doença provocada pelo novo coronavírus, devido à grande densidade habitacional”, explicou o gerente de Regionalização e Classificação Territorial do IBGE, Maikon Novaes.

O estudo aponta que 42,6% dos aglomerados subnormais de Mato Grosso do Sul estão a menos de 2 km de hospitais; sendo que 64,8% fica a menos de um quilômetro de uma unidade básica de Saúde.

Apesar da qualificação como aglomerado subnormal, o gerente geral de Geografia do IBGE, Cayo Franco, observa que esse levantamento não mostra toda a dimensão da vulnerabilidade no país, mas boa parte dela. “Há bairros pobres que não foram classificados como aglomerados subnormais, seja porque os moradores possuem a posse da terra ou alguns serviços de saúde e saneamento. O que apresentamos aqui é uma dimensão da vulnerabilidade, no caso, os mais vulneráveis dos vulneráveis”, disse.