Incluídas pelo presidente Jair Bolsonaro, na lista de atividades essenciais, as igrejas nos bairros continuam fechadas nos bairros em Campo Grande. A alteração do decreto presidencial foi publicada na manhã dessa quinta-feira (26), no Diário Oficial da União e trata sobre o fechamento de alguns estabelecimentos como forma de prevenção e combate ao contágio do novo coronavírus (Covid-19).
No texto as “atividades religiosas, de qualquer natureza” estão incluídas nas atividades essenciais e devem funcionar de acordo com as regras estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Mas mesmo assim, nos bairros de Campo Grande, a decisão ainda é de manter as portas fechadas.
Em pronunciamento na TV e rádio, o presidente criticou as medidas de isolamento determinadas pelos Estados e pediu a “volta à normalidade”. Além disso, em uma entrevista ao SBT, ele criticou diretamente o fechamento das igrejas e chamou os locais de último refúgio das pessoas.
“O que eu vejo no Brasil, não são todos, mas muita gente, para dar uma satisfação para o seu eleitorado, toma providências absurdas… fechando shoppings, tem gente que quer fechar igreja, o último refúgio das pessoas”, disse.
Para Valdineia Aparecida, 43 anos, dirigente de uma igreja no bairro Dalva de Oliveira, a medida de suspender as atividades foi prontamente obedecida, e pretende cumprir até não haver mais riscos.
“Eu não estou ciente do decreto do presidente, mas no primeiro momento que soubemos do decreto municipal fechamos as portas. A pastora, que é minha mãe, tem 63 anos e está no grupo de risco, por isso concordei com a medida que é para ajudar toda a população”, disse.
Ainda conforme o presidente, os pastores saberiam como conduzir os cultos. “Pastor ou padre, se a igreja está muito cheia, falar alguma coisa. Ele vai decidir, até porque a garantia de culto, a proteção ao ambiente de culto, é garantida pela Constituição. Não pode o prefeito e o governador achar que não vai mais ter culto, não vai ter mais missa”, acrescentou.
Também obedecendo ao decreto municipal e sem ter conhecimento do novo posicionamento presidencial, a missionária Anamélia Malaquias, 44 anos, está mantendo a igreja fechada.
“Não tinha ciência do decreto presidencial, mas vamos manter as portas fechadas por enquanto. Estamos obedecendo ao decreto municipal, e concordamos plenamente com a medida. Nossa recomendação é para que os membros fiquem em casa”, destacou.
Público Reduzido
Sem querer se identificar, um pastor de uma igreja maior na região do Tiradentes, disse que o local não fechou as portas, mas manteve as reuniões com o número reduzido de pessoas. “Quando atinge o número máximo de 20 pessoas, não permitimos mais a entrada”, destacou.
Mas, ainda conforme o religioso, a igreja concorda plenamente com o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro. “Nós estamos tomando as medidas de prevenção recomendadas, mas o povo tem essa necessidade de ir à igreja. Nós não estamos orando com imposição de mãos e evitamos todo o contato, mas concordamos com liberar a abertura das igrejas”, disse.