O agricultor Valdeir Machado Dias, 39, disse ter se surpreendido na manhã desta quarta-feira (3) quando, ao procurar a agência da da Avenida Gury Marques, no Universitário –no sul de –, foi informado por atendentes que os R$ 600 que receberia a título de já tinham sido usados para o pagamento de um boleto via celular, no exato valor que ele pretendia sacar. O trabalhador rural afirma que nem ele ou a mulher realizaram quaisquer operações com o dinheiro e, agora, busca ajuda na tentativa de reaver os recursos.

“Eu saí de manhã e fui na Caixa, porque hoje começaram a liberar o saque de quem recebeu a segunda parcela do Auxílio no dia 21. Cheguei, fiz o processo e puxaram no computador que tinha sido pago um boleto no dia 22 de maio, com o valor”, afirmou ele ao Jornal Midiamax. “Disseram que foi gerado um boleto via celular, mas não faço a mínima ideia porque ninguém em casa mexe com isso”.

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Beneficiário descobriu pagamento que não fez ao tentar sacar o Auxílio Emergencial. (Foto: Fala Povo)

Após receber a notícia, Valdeir foi orientado a procurar as autoridades policiais para registrar a ocorrência. “Fui em duas delegacias e ninguém quis registrar. Disseram que era para eu entrar no site do Governo [Federal] para obter informações”, disse, relatando ter passado por delegacias e postos policiais nas Moreninhas, na Avenida Costa e Silva e na Vila Piratininga.

O trabalhador ainda disse que conseguiu receber a primeira parcela normalmente em uma . “Nem minha mulher tem acesso ao meu celular, não sei de onde surgiu esse boleto ou que aconteceu. Estou parado e tenho crianças em casa e esposa, não consigo trabalhar”, disse. Valdeir procurou apoio na ONG Obstinados Sorrisos, que recebe doações para encaminhar à família na Rua Íbis, 357, Jardim Canguru.

Em caso de fraude no Auxílio Emergencial

Via assessoria, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) reiterou que possíveis fraudes no uso de recursos do Auxílio Emergencial podem ser encaminhadas às Depacs (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro ou Tiradentes (Cepol), em Campo Grande, ou as demais unidades da Polícia Civil pelo interior.

O beneficiário deve portar todos os documentos pessoais e um comprovante bancário que ateste a movimentação indevida na conta. Caso seja possível, que se indique o terminal (caixa) no qual ocorreu o saque e fornecer todas as informações que possuir à polícia.

Já o Ministério da Cidadania recomendou que suspeitas de fraude no pedido do auxílio com o uso dos dados podem consultar a página do programa na internet a fim de que as informações sejam verificadas. https://consultaauxilio.dataprev.gov.br/consulta/#/

Na página, devem ser informados CPF, nome completo, nome da mãe e data de nascimento. No endereço, serão fornecidas 5 respostas possíveis para o pedido que ajudarão a compreender se houve problemas no cadastro: Benefício Aprovado (autorizado o pagamento), Benefício Não Aprovado (para pessoas não elegíveis), Requerimento Não Encontrado (n o caso de o documento não ter sido recebido pela Dataprev), Requerimento Retido (sob novo processamento) e Dados Inconclusivos (quando há problemas nos dados).

Se, após a conferência, for apontado que não há problemas cadastrais e persistirem as suspeitas de fraude, denúncias podem ser registradas pela internet no sistema Fala.BR, plataforma integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação da CGU (Controladoria-Geral da União) ou pelos telefones 121 ou 0800-7070-2003.

O aplicativo Caixa Auxílio Emergencial presta informações sobre o cadastro e pagamentos, que podem ser conferidas ainda no site http://www.auxilio.caixa.gov.br e na central telefônica 111. O banco também fornece detalhes em suas contas no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube.