Baixa do Rio Paraguai contribui para queimadas e previsão é de piora em incêndios

Foi decretado nesta terça-feira (28) situação de emergência por 180 dias em áreas rurais de Corumbá e Ladário, por conta dos incêndios em áreas do Pantanal. Segundo a Ecoa – Ecologia e Ação, ong especializada na preservação pantaneira, a falta de chuva também deve influenciar para o avanço no cenário crítico e a previsão é […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Foi decretado nesta terça-feira (28) situação de emergência por 180 dias em áreas rurais de Corumbá e Ladário, por conta dos incêndios em áreas do Pantanal. Segundo a Ecoa – Ecologia e Ação, ong especializada na preservação pantaneira, a falta de chuva também deve influenciar para o avanço no cenário crítico e a previsão é de piora em focos de queimada nos próximos meses em razão da baixa no nível do Rio Paraguai.

Conforme o diretor presidente da organização não governamental, André Luiz Siqueira, desde o ano passado o monitoramento vinha registrando situação atípica na umidade do ar, chuva e aumento da temperatura na região. Ou seja, a atual situação de incêndio no Pantanal é consequência direta do clima de 2019. Além disso, a baixa nos rios impacta na seca da vegetação.

“Este ano, o Rio Paraguai chegou perto do seu nível regular, junto com seus afluentes, como o Rio Miranda. A represa tem uma vazão mais lenta, e tem uma influência grande na inundação de milhares de hectares pelo Pantanal. As cheias regulares extraordinárias tinham regulagem desde 1974, o que não aconteceu em 2019 e 2020, tivemos um período atípico, sem chuva perdurada até dezembro, tanto que as queimas foram mais severas”, disse.

Além das graves consequências que estão por vir, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) não prevê nenhuma chuva nos próximos dias, e a situação deve piorar no mês de agosto. “O que segura incêndios são as áreas inundadas pelo Rio Paraguai e seus afluentes. Vai piorar, não tivemos nada de campos inundados, tudo está muito seco. A relação é muito direta”, explica.

Com o crescimento de focos, desde abril deste ano, foi criado um Comitê de Crise com apoio das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros, Prevefogo, para além do combate trabalhar na prevenção dos prejuízos. O Ecoa entregou no ano passado, 4 brigadas comunitárias em áreas estratégicas e está realizando observatório em campanha no Pantanal.

Conscientização para evitar avanço

O biólogo explica que um dos principais pontos para auxiliar no trabalho conjunto é a conscientização de moradores, tanto da zona rural como urbana. Causar incêndios é crime, e pode ser combatido.

“É importante ter consciência , queimadas são crimes. Devemos todos se juntar para transformar esse quadro. A gente começa a falar de queimadas quando são notados os primeiros prejuízos, danos e impactos. Fora a fauna e flora temos consequências catastróficas no ponto de vista da economia. Tivemos agricultores que não colheram a produção; Corumbá ficou sem internet porque queimou a rede de transmissão, mutos comércios ficaram sem emitir nota, sem informação, é muito comum avião não pousar por causa da fumaça”, ressaltou.

O monitoramento de queimadas do Inpe já registrou cerca de 9 mil focos de calor, sendo que 70% estão localizadas em Corumbá. Só neste mês de julho, foram registrados 4 mil focos de queimadas na região, o número corresponde a 45% a mais do mesmo período do ano passado.

Conteúdos relacionados