O início da pandemia do coronavírus (Covid-19) e o anúncio da quarentena em Campo Grande causaram um grande tumulto não só nos comércios, mas também nas distribuidoras de gás. O medo de ficar sem o produto e o aumento de pessoas que passaram a cozinhar mais em casa, fez a procura pelo GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) subir em mais de 100% na Capital. Em São Paulo as distribuidoras chegaram a sofrer um desabastecimento do produto.
Para o dentista Lucas Camargo, 30 anos, que precisou parar os atendimentos, o período de quarentena serviu para voltar a cozinhar. Ele que mora sozinho há 9 anos, vivia basicamente de comida pronta comprada em restaurantes ou até mesmo por aplicativos, atualmente tem experimentado várias receitas em casa.
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“Eu cozinhava raramente antes da pandemia. Esse período sem ter o que fazer em casa e sozinho, tem aproveitado para experimentar receitas novas, principalmente as massas, que antes não fazia”, disse.
Com os filhos passando uma temporada na casa dos avós, Eliza Souza, 23 anos também aproveitou o período de quarentena para cozinhar. Trabalhando com suporte técnico, ela conta que acaba testando as receitas com os colegas.
“Eu não parei de trabalhar, então meus filhos foram passar a quarentena com os avós no interior do Estado para evitar o contato comigo, estou usando o tempo para cozinhar. É uma terapia para mim”, destacou.
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Ela que, por motivos pessoais, acabou deixando a prática culinária de lado, relata que essa tem sido a válvula de escape para suportar os dias difíceis. “A cozinha tem sido minha válvula de escape, acabo cozinhando para e para meus colegas de trabalho. Eu reencontrei o prazer de cozinhar mesmo nesse tempo e está me ajudando a manter o foco”, desabafou.
“Eu cozinho um dia antes e levo em porções separadas para os colegas de trabalho, amanhã mesmo vou levar escondidinho. Me reencontrar na cozinha foi a melhora coisa que eu fiz para não ficar mal nessa quarentena”, conta.
Distribuidoras de gás
Nas distribuidoras, a demanda por gás de cozinha aumentou mais de 100% nos primeiros dias, o que assustou um pouco quem trabalha com o produto. “Nós achamos que ia faltar, porque houve um estouro na procura nos 4 primeiros dias, ficamos com medo de faltar produto, porque algumas pessoas quiseram estocar”, relataram comerciantes.
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Ainda segundo os comerciantes, a própria Petrobrás deixou a categoria e a população mais calma sobre o estoque de produto. “A demanda já normalizou nesta semana, a Petrobrás soltou uma nota e tranquilizou a população afirmando que não é momento para desespero e que não vai faltar gás de cozinha para ninguém”, contaram.
“As pessoas têm que ter consciência, não dá para sair comprando gás para estocar, senão desabastece e altera o preço também. ”, informaram.
Importação adicional
Em São Paulo houve uma falta de gás de cozinha, que segundo o MME (Ministério de Minas e Energia) foi pontual, na última semana. A procura chegou a elevar o preço do produto e gerou muitas reclamações.
De acordo com o MME, a Petrobrás faria a importação adicional do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e nesta segunda-feira (30) o produto estaria disponível no mercado.
Em Campo Grande não houve desabastecimento o valor do botijão varia de R$ 65 a R$ 75. (Colaborou Guilherme Cavalcante)