Associação denuncia ‘tropa doente’ após mortes de dois militares em 4 dias
As mortes dos policiais militares Iago Kammler, 26 anos, e Hudson Vieira Duarte, 43, suspeitas de suicídio, trouxeram à tona, mais uma vez, preocupação com a categoria e o pedido à Segurança Pública de um “olhar mais sensível” aos militares. Conforme a ACS PMBM MS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares […]
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As mortes dos policiais militares Iago Kammler, 26 anos, e Hudson Vieira Duarte, 43, suspeitas de suicídio, trouxeram à tona, mais uma vez, preocupação com a categoria e o pedido à Segurança Pública de um “olhar mais sensível” aos militares. Conforme a ACS PMBM MS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul), os policiais atuam com “regulamento interno arcaico e mau administrado”.
O presidente da ACS, Mário Sérgio do Couto afirmou que a situação é preocupante e levantou diversas questões que atingem a categoria e podem levar ao suicídio. “Essa situação vivenciamos desde sempre e batemos na mesma tecla, da tropa defasada, escalas extras de trabalho, cinco anos sem reposição salarial e 90% do efetivo está endividado. Isso vai deixando o servidor doente”, destaca.
Mário explica que o quadro de servidores da PMMS está em 4,6 mil. “O ideal seria 9 mil”, enfatiza. “São 48 horas semanais, mas o policial trabalha bem mais que isso”, complementa o presidente que ainda revelou sobre uma devassa com a reforma previdenciária. “Fez uma devassa nos inativos. Se recebe R$ 2 mil, ele tem um desconto de R$ 500”, disse.
Além disso, o presidente elenca a questão da atuação dos militares. “Um juiz tem seis meses quando recebe um processo, nós na rua temos três segundos para decidir um tiro letal, um tiro não letal e uma abordagem. Se decidirmos errado é um problema para o resto da vida”, destacou. “Como fica a mente de um policial sabendo que qualquer momento ele pode ser preso para depois ser investigado”.
Mário afirma que pretende se reunir com o comandante geral da Polícia Militar, para tentar traçar estratégias. “A associação está fazendo a sua parte, mas não é suficiente, precisamos que o Governo, o secretário de Segurança Pública e o comandante geral se sensibilizem com essas questões e tomem providências eficazes. Se não fizerem algo, quem vai fazer?”, questionou.
A ACS faz um trabalho junto a uma psicóloga desmilitarizada. “Ela vai até eles, mas os policiais também podem ir até ela. É importante destacar que a maioria não procura ajuda, quando procura é um tratamento e não se resolve do dia para a noite”, explicou. “Essas mortes estão fazendo parte apenas de estatísticas, mas são vidas que se perderam e não podemos ficar com os braços cruzados”, finalizou o presidente.
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