Grande parte da população sabe da importância do teste do pezinho realizado nos primeiros dias de vida de um bebê. O que não é de conhecimento de todos é que existe um outro teste do pezinho, feito apenas na rede particular de saúde, que consegue detectar mais de 50 doenças e ainda evitar um diagnóstico tardio. Em , o valor do teste varia entre R$ 300 e R$ 900 e em razão do alto valor, campanha nacional tenta mobilizar autoridades para oferecer o teste de forma gratuita na rede pública.

Em outubro deste ano, a Larissa Carvalho, de Minas Gerais, publicou um vídeo com o título que chamou atenção “Eu matei os neurônios do meu filho”, nele a jornalista conta a história com o filho mais novo dela. Ela explica a importância do teste do pezinho ampliado, oferecido apenas nas redes de saúde particulares. Diz que se tivesse feito esse teste, teria detectado antes a doença do filho e impediria a paralisia cerebral da criança.

O filho de Larissa, Théo, possui uma chamada acidúria glutárica tipo 1, onde o corpo não consegue metabolizar proteína. Por não ter detectado a doença logo no nascimento da criança, Larissa amamentou seu filho e por ingerir a proteína, Théo desenvolveu paralisia cerebral.

Além do teste ter um preço elevado e não ser disponibilizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ele é pouco divulgado por médicos e

Em Campo Grande, o teste pode ser encontrado em vários laboratórios da cidade e os preços variam muito. O Jornal Midiamax apurou que alguns laboratórios realizam o teste por R$ 360,00 e em outros o custo chega a R$ 911,00.

Alvo de campanha nacional, teste do pezinho ampliado custa até R$ 900 em Campo Grande
Larissa Carvalho e seu filho Théo. (Foto: Instagram da Jornalista)

O médico pediatra, Doutor Ricardo Bomussa explica que o teste ofertado pelo governo e o que tem em laboratórios particulares tem muita diferença, pela quantidade que de doenças que o teste ampliado oferece. Também explica que o teste é sempre recomendado para os pais, mas o problema é que geralmente não querem arcar com os custos.

O médico fala que sempre indica o teste mais completo para os pacientes e que ele deveria ser direito de todos os brasileiros.

Em seus pacientes o teste mais ampliado já foi eficiente. Diz que as principais doenças detectadas nesse tipo de exame foram quando tem anemia falciforme e deficiência enzimática no fígado. Com o diagnóstico precoce, consegue começar o tratamento no tempo certo, prevenindo problemas maiores no futuro.

Esse teste expandido detecta mais de 53 doenças, enquanto o teste oferecido pelo governo detecta apenas seis. Ele é realizado da mesma forma que o teste do pezinho padrão e precisa de apenas seis gotas de sangue do bebê para mudar a vida da criança.

Como o tradicional, o recomendado é que seja feito nos primeiros dias de vida do bebê, geralmente é feito entre o terceiro e quinto dia de vida do recém-nascido. Antes do terceiro dia não aconselhado, pois a criança ainda não tem proteína suficiente em seu corpo.

O objetivo do teste do pezinho é detectar alterações no sangue do bebê que possam indicar doenças graves de nascença, por isso, quanto mais doenças conseguirem ser detectadas, maior a chance de conseguir um tratamento imediato, prevenindo danos maiores do futuro.

Campanha

Na internet, tem uma campanha chamada “Pezinho no Futuro” para que esse teste seja ampliado para todos e oferecido pela rede pública de saúde. No site eles colhem assinaturas em uma petição on-line e precisa de um milhão de assinaturas para ganhar força de reinvindicação junto ao governo.

No site da campanha está disponível notícias sobre a campanha, vídeos, publicações na mídia, depoimentos de pais de pais que poderiam ter diagnosticado a doença do bebê antes e teria diminuído as sequelas de uma doença grave, com um tratamento tardio. No site também tem informações sobre o teste do pezinho e a diferença entre o oferecido pelo governo e o pago.