‘Acabou a orientação’: força-tarefa cobra obediência do comércio a decretos sobre pandemia

A Prefeitura de Campo Grande promete intensificar a fiscalização dos estabelecimentos comerciais da cidade a partir desta segunda-feira (6), data em que as atividades econômicas começarão, de forma gradativa, a serem retomadas em meio à pandemia do novo coronavírus. Cerca de 400 pessoas percorrerão desde cedo as 7 regiões urbanas da Capital para cobrar dos […]

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A Prefeitura de Campo Grande promete intensificar a fiscalização dos estabelecimentos comerciais da cidade a partir desta segunda-feira (6), data em que as atividades econômicas começarão, de forma gradativa, a serem retomadas em meio à pandemia do novo coronavírus. Cerca de 400 pessoas percorrerão desde cedo as 7 regiões urbanas da Capital para cobrar dos empresários obediência aos decretos contra aglomerações e para conter a Covid-19. Detalhes das ações foram fechados neste domingo (5) em reunião do prefeito Marquinhos Trad (PSD) com sua equipe.

A promessa é de dar início aplicação de punições aos empresários que, até o momento, foram apenas orientados sobre a importância de seguirem as normativas feitas para evitar um avança da doença na Capital. “Haverá participação da Guarda Municipal, da Sesau [Secretaria Municipal de Saúde], Agetran [Agência Municipal de Transporte e Trânsito] e da Semadur, com vários agentes cobrando o cumprimento do que foi determinado”, antecipou o secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana, Luiz Eduardo Costa.

Segundo ele, estabelecimentos que já foram vistoriados pela Semadur não será mais orientado, mas sim punidos. “Eles precisam entender que já foram orientados. Passaremos novas orientações, mas vamos adiante. Cada caso deverá ser analisado com base nas infrações”, advertiu.

Desde o início das ações de enfrentamento ao coronavírus baixadas pela prefeitura via decretos, em meados de março, já foram realizadas mais de 2 mil visitas de orientação a estabelecimentos. Àqueles já vistoriados, reiterou o secretário, “acabou a orientação”. “Ele [empresário] precisa ser gestor do local no qual está”, prosseguiu.

Costa disse que a intenção não é a de aplicar penalidades, contudo, “precisamos da consciência das pessoas para fazerem o correto, o adequado. Estamos em um período extremamente complexo, no qual teremos de aprender a viver. Mas parece que as pessoas não estão levando a sério, têm muita displicência. Infelizmente, não estão vendo o tamanho do problema”, prosseguiu.

Todas as regiões urbanas da Capital receberão equipes organizadas em um trabalho que, segundo o secretário, será constante. “Precisamos que as pessoas entendam o momento e ajudem. É uma questão de conduta, que não se resolve só com fiscalização. Esta é um ponto, mas as pessoas precisam se conscientizar quanto a etiqueta e a ética”, destacou, citando pontos como a necessidade de se evitar aglomerações e de denunciar infrações, mas, também, a de entender quando é necessário que o próprio cidadão se isole para evitar a disseminação do coronavírus.

“Mas estamos preparados para isso? Pelo que vemos, não. Precisamos fazer esse debate, de a sociedade se comprometer a não ser um agente que vai multiplicar a possibilidade de se adoecer neste momento”, destacou, lembrando que os recursos em escala global, hoje, estão restritos –como a ausência de equipamentos e insumos para a Saúde. “Precisamos de engajamento de todos os níveis”.

Mudança de comportamento

Luiz Eduardo Costa se refere ao fato de que, mesmo com uma série de medidas restritivas e das orientações da prefeitura, a população em geral não tem dado a devida atenção à pandemia de coronavírus.

Para ele, apenas se a situação “apertar” é que as pessoas começarão a entender o problema e perceberem que será necessária uma mudança de postura. “E isso vai acontecer, não tem jeito”.

O titular da Semadur reforça que a fiscalização existe, mas a conduta em relação à necessidade de mudanças no modo de ser é individual. “Para alguns, a ficha vai cair antes, mas outros somente depois de ocorrer algum tipo de problema próximo a eles”, avalia Costa, ao considerar que as mudanças em meio aos temores da pandemia, ao menos nas relações sociais, serão permanentes. “Estamos no epicentro de uma mudança comportamental de relação social. O relacionamento vai mudar”, ponderou.

Retomada

Além do transporte coletivo, que voltará a rodar apenas permitindo passageiros sentados nos coletivos, estabelecimentos comerciais poderão abrir seguindo um esquema de notas que varia de 0 a 5 –quanto maior a pontuação, mais cedo poderão abrir– das 9h30 às 16h30. Nesta segunda-feira, retornarão às atividades os serviços de representação comercial, estacionamentos, corretoras de seguro e imóveis, escritórios jurídicos e cartórios, suporte técnico, provedores de internet, serviços de arquitetura e engenharia, além de lojas de roupas, papelarias, calçados e máquinas.

Uma segunda leva de estabelecimentos poderá abrir as portas a partir do dia 13, por obterem notas 2 e 3 no rank. Seguem proibidos de funcionar escolas públicas e privadas, atividade presencial de universidades, eventos, cursos e excursões, boates, shows e eventos culturais, academias e clubes de lazer em geral, shoppings centers e bares.

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