A possibilidade do Hotel Campo Grande se tornar moradia popular tem gerado questionamento da população e voltou a ser assunto de debate na Câmara dos Vereadores nesta terça-feira (27). Querendo melhores explicações sobre o projeto, os parlamentares cobraram melhores explicações da Emha (Agência Municipal de Habitação).

O vereador André Salineiro (PSDB) usou a tribuna para esclarecer, segundo ele, alguns dados a respeito sobre o montante que deve ser usado para a moradia no Centro. O vereador usou dados divulgados em entrevista do próprio diretor da Emha, Eneas José de Carvalho Netto.

Com base nesses dados, Salineiro destacou que a prefeitura pretende gastar R$ 13 milhões na compra do prédio e mais R$ 32 milhões na reforma e readequação das residências. Serão 117 apartamentos e obra totalizará R$ 45 milhões, ou seja, R$ 388 mil gastos por apartamento.

O vereador pontuou que em moradias afastadas do Centro da Capital, o valor cairia mais que a metade e número de casas poderia ser muito maior. “No Jardim Canguru, entregue em 2017, foram 272 moradias com investimento total de R$ 17,8 milhões. Ou seja, R$ 65 mil gastos por casa”, disse Salineiro, que comparou os valores e a quantidade de habitações.

Além disso, ele ainda questionou na tribuna sobre o valor da manutenção dos apartamentos do Centro e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) que seria de alto custo para famílias de baixa renda.

Chiquinho Teles (PSD), líder do prefeito Marquinhos Trad na Câmara, disse que o questionamento é válido, mas o que deve ser levado em consideração é as famílias que ainda estão sem casa. “O que vão fazer com as famílias que estão vivendo em situação precária? Vão deixar elas morando em baixo de lona?”, questionou.

Por outro lado, o vereador Dr. Lívio (PSDB) defendeu que deve acontecer uma desapropriação no prédio, sem que a prefeitura pague por isso e, posteriormente, faça um leilão do hotel. Além disso, o vereador questionou a ausência de um estudo de impacto na vizinhança.

Eduardo Romero (Rede), disse que esse é o momento de a prefeitura discutir os programas de habitação social em Campo Grande. “As pessoas vivem uma tendência em que atualmente tem tudo nos bairros e elas não precisam mais vir até o centro da cidade, porque tem tudo por lá. Por isso também é válido que o centro seja habitado”, disse.

Chiquinho se comprometeu em conversar com o diretor da Emha, Eneas, para que o projeto seja melhor apresentado aos vereadores após pedido dos demais parlamentares.