Servidores apontam insegurança e falta de condições de trabalho em postos de saúde
Profissionais que trabalham nas UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) participaram de audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (20), para avaliar como está o atendimento nas unidades que trabalham em horário estendido. Entre as principais reclamações está a insegurança em alguns bairros e as condições nas quais trabalham. […]
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Profissionais que trabalham nas UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) participaram de audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, na manhã desta quarta-feira (20), para avaliar como está o atendimento nas unidades que trabalham em horário estendido. Entre as principais reclamações está a insegurança em alguns bairros e as condições nas quais trabalham.
A presidente do Sindicato dos Odontólogos, Marta Maria Duarte, apontou como principal desafio fazer trabalho da melhor forma enfrentando falta de materiais, equipamentos e insumos. “Está faltando medicamentos e materiais. Além disso, é importante que servidor seja respeitado”, avalia. “Há condições de trabalho muito deficientes”.
Para Marta Duarte, ainda são necessárias algumas adequações e que vêm sendo discutido com a Prefeitura. No entanto, no terceiro ano desta gestão, não conseguiram chegar a um “denominador comum” nas reuniões feitas com a Sesau (Secretaria de Saúde).
A odontóloga afirmou que os servidores trabalham “amedrontados” pela forma como são tratados por parte da população, chegando a serem chamados de “vagabundos”. Outra situação apontada é a escala de trabalho ocasionada pelo horário estendido, que não satisfaz a todos os trabalhadores.
Desde o começo do ano, 22 unidades estão funcionando durante 12 horas ininterruptas, a maioria das 7h às 19h. Diante disso, sindicatos reivindicam contratação de mais profissionais para definir escala e de materiais que estão faltando.
Presidente da Associação dos Administrativos da Saúde, Selva Rosenir Souza, alega que os servidores ficaram prejudicados, pois não recebem a mais por trabalharem fora do horário habitual. Além disso, corroborou com o argumento de viverem amedrontados. “Se o paciente não recebe o exame, tenta nos agredir. Tudo que falta é culpa nossa”, queixou-se.
Conselheira da UBSF no bairro Jardim das Macaubas, Francisca Nogueira relatou a falta de segurança nas redondezas e na unidade de saúde, além da falta de médicos. “Tem servidores que foram assaltados”, alertou.
Avaliação da Prefeitura
Adjunta da Secretaria de Saúde, a enfermeira Andressa de Lucca Bento, diz que a Prefeitura avalia de forma positiva a experiência com as unidades básicas funcionando em horário estendido. E apresentou números que comprovariam a melhoria dos serviços.
Em relação ao ano passado, ela informou que os atendimentos individuais de pacientes aumentaram 52%, a vacinação cresceu 77%, atendimentos médicos foram 30% maior, enquanto o de enfermagem 490%. “Aliado a uma estratégia de ampliação a consulta de enfermagem, que tem sido incentivada pela gestão”, avaliou.
Sobre as reclamações de problemas em escalas, Andressa de Lucca afirmou que os horários são definidos em conjunto pelos servidores de cada unidade, sem que haja imposição da gestão do posto de saúde ou da Sesau. Além disso, destacou o horário trabalhado não ultrapassa o estabelecido pelo contrato com o município, assim como a carga diária respeita a legislação vigente.
Desta forma, os trabalhadores precisam cumprir a jornada de trabalho para as quais foram contratados, construindo seus horários com base nas necessidades dos usuários para não faltar profissionais e adequá-la às suas necessidades.
A respeito da segurança, a adjunta da Sesau explicou que a Polícia Municipal trabalha em sistema de rondas, que foi considerado por ela “bastante eficiente”, e leva em consideração as unidades mais vulneráveis com uma atenção especial.
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